ARACAJU/SE, 14 de janeiro de 2025 , 1:15:24

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Chuvas dos próximos dias não ajudarão a recuperar barragens

Joângelo Custódio, da redação, AJN1

 

O Centro de Meteorologia de Sergipe prevê, de 31 de janeiro a 13 de fevereiro, a possibilidade de chuvas, intercaladas, com características de trovoadas e volume em torno de 30 milímetros (mm). Se a previsão for certeira, deve contribuir para atenuar o calor de 36ºC que anda fazendo, mas não resolverá o problema da seca que atinge quase todos os 75 municípios sergipanos, sendo que 28 já decretaram situação de emergência. Na cidade de Malhador, uma das mais castigadas, já há rodízio no abastecimeto de água e os agricultores foram proibidos de irrigar suas plantações. 

 

Para encher barragens, mananciais e abrandar o coração sertanejo, deveria chover três vezes mais que os 30 mm esperados nos próximos 90 dias, algo que não deve acontecer, afirma o chefe do Centro de Meteorologia da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Overland Amaral.

 

A possível chuva, segundo o meteorologista, acontece devido a baixa pressão atmosférica que está vindo da costa da Bahia, em virtude da Zona de Convergência Intertropical do Atlântico Sul, dando condições favoráveis para a convecção de trovoadas.

 

“Nos próximos dias, teremos ocorrências de chuvas intercaladas, é bom frisar, com possibilidade de trovoadas. Um período de instabilidade que deve durar até o dia 13 de fevereiro. São chuvas até significativas, em torno de 30 mm, do litoral ao interior, mas essas chuvas não vão atingir a média. Devem dar um alívio, mas não serão suficientes, especialmente para abastecimento de mananciais, barragens, açudes, até mesmo o lençol freático, que está sofrido. Precisaria chover três vezes mais do que isso para normalizar a situação, somente nesses três meses. A deficiência acumulada no período de seca é enorme”, diz Overland, apontando para o monitor que transmite imagens ao vivo, via satélite, do mapa do Estado.

 

Próximos 90 dias

 

Para os meses de fevereiro, março e abril, segundo Overland, a previsão de chuvas para o Estado é de normais abaixo da média, sendo que a maior predominância é de chuva abaixo da média.

 

“O normal para a região varia muito a cada mês, sendo que o mês de abril, onde se inicia o período chuvoso até agosto, haverá precipitações no Litoral, em torno de 180 mm; no Agreste 120 mm, e Alto Sertão e Semiárido em torno de 75 mm. Em março, a precipitação cai em torno de 150 mm no Litoral e no Agreste 120mm e Alto Sertão 60 mm. Em fevereiro, a precipitação decai mais de 20%. Então, os dos primeiros meses desse trimestre não são meses muitos chuvosos. Nessa condição, as chuvas vão ficar abaixo dessas médias, sendo que a chuva vai ocorrer, mas não serão significativas para a reposição de água dos açudes, barragens, agriculturas. Essas são as caraterísticas climáticas para os próximos 90 dias”, expôs o meteorologista.

 

Nordeste

 

Segundo documento elaborado pelo Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal (GTPCS), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a seca na região Nordeste deve se agravar ainda mais no período de fevereiro a abril.

 

As previsões indicam que neste ano haverá menos chuvas na região, causando preocupação com o quadro hídrico. Segundo o documento, a tendência é que os reservatórios do Nordeste não tenham recuperação significativa durante a estação chuvosa, uma vez que as precipitações devem ficar abaixo da média histórica.

 

Os pesquisadores alertam para o "acentuado risco" de esgotamento da água armazenada em represas e açudes, entre novembro deste ano e janeiro de 2018. Pelo aumento do potencial de queimadas a partir de fevereiro, a estiagem na região do extremo norte da região Norte também gera preocupação, especialmente nas áreas leste e nordeste de Roraima.

 

Isso deve ocorrer em função das temperaturas mais altas. A seca eleva o risco de focos de incêndio, que podem se alastrar por grandes áreas de floresta.

 

 

 

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