Visando identificar e propor medidas para o enfrentamento de restrições ao abastecimento de água nas sedes urbanas e nas comunidades rurais de Sergipe devido à estiagem, o secretário de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Olivier Chagas, participou na tarde desta terça-feira, 25, em Brasília, de uma reunião com o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), gerido pelos ministérios da Integração Nacional e do Meio Ambiente.
Na oportunidade, o secretário, que foi assessorado pelo superintendente de Recursos Hídricos da Semarh, Ailton Rocha, apresentou o diagnóstico do Estado e entregou uma Nota Técnica, que identifica e propõe medidas para o enfrentamento a estiagem nas sedes urbanas e nas comunidades rurais de Sergipe. Conforme a nota, a previsão climática indica a probabilidade do prolongamento do período de seca para o próximo ano. “As previsões climáticas para o Nordeste não são boas. O volume de nossas águas diminui cada vez mais. Precisamos planejar como enfrentar o problema”, afirma Olivier.
Essa previsão de dias mais quentes e secos, com chuvas irregulares e abaixo da média, foi atestada pelo Centro de Meteorologia da Semarh e já vem ocorrendo neste segundo semestre de 2016, estabelecendo o mesmo cenário de estiagem para os seis primeiros meses de 2017.
Medidas propostas
Diante do prognóstico nada favorável, a Semarh propôs ao MI e ao MMA algumas medidas para o fortalecimento da segurança hídrica das sedes municipais e grandes povoados, atendidos pela Deso, a exemplo do incondicional apoio aos planos de saneamento básico em todos os municípios; gestão municipal do saneamento básico, a ser implementada em conformidade com os Planos Municipais de Saneamento Básico; incrementação dos índices de micro e macromedição; além de ações que já vêm sendo executadas de forma exitosa, como a ampliação do abastecimento de água nas localidades rurais e reforço das adutoras existentes (sub-adutoras, redes de distribuição, reservatórios elevados, reservatórios apoiados e estações elevatórias).
Ao transcorrer da reunião, o secretário também evidenciou a realização do diagnóstico da população rural (inclusive a difusa) e das suas necessidades em termos de abastecimento hídrico, com a implantação de um banco de dados georreferenciado sobre esta população e uma estrutura organizacional que permite a atualização permanente dos dados.
O Programa Água Doce, uma iniciativa do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, que visa o estabelecimento de uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, também foi bastante elogiado e defendido por Olivier. Em Sergipe, cerca de 26 comunidades são beneficiadas com os sistemas de dessalinização.
Grupo de Trabalho
O Grupo de Trabalho Interministerial já realizou reuniões com os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco para diagnosticar rapidamente as áreas sob risco de colapsos e customizar as estratégias, sejam por intervenções de obras ou planos mais assistenciais, para que se possa atender à população com maior efetividade e no menor prazo possível.
Participação
Também participaram da reunião os presidentes da Deso, Carlos Melo, da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, e da Emdagro, Jeferson Feitosa; Rafael de Oliveira e Jonatas Assunção, do Ministério da Integração; Carlos perdigão e Sergio Ayrimoraes, da ANA; Andre Mavignier, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – Dnocs; além de representantes da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SIH) e Codevasf .
Banco Mundial
Durante a manhã, o secretário Olivier Chagas esteve também na sede do Banco Mundial em Brasília. Acompanhado do superintendente Ailton Rocha e do presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, o gestor da Semarh foi recebido pelo representante do Banco responsável pelo Programa Águas de Sergipe, Tadeu Abicaliu. “Tratamos de diversas ações de preservação e recuperação da bacia do nosso Rio Sergipe”, explicou Olivier.