ARACAJU/SE, 6 de maio de 2024 , 11:32:01

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PC descarta crime de mando e diz que delegado foi morto durante assalto

Da redação, AJN1

 

O ex-presidiário Anderson Santos Souza, o “Bigode”, 27, está sendo apontado pela polícia como o autor do latrocínio que vitimou o delegado da Polícia Civil Ademir da Silva Melo Júnior, 37, ocorrido no dia 18 de julho no bairro Luzia, em Aracaju. Ele foi preso nesta terça-feira (9) no bairro Soledade, zona norte da capital, em cumprimento a um mandado de prisão temporária. Ao ser interrogado, na presença do promotor de justiça Jarbas Adelino, o acusado teria confessado o crime. Na casa do acusado foi apreendido o revólver, que possivelmente foi utilizado na ação criminosa, uma moto e dezenas de capas e chips de celulares.

 

No ano passado, Anderson foi sentenciado a uma pena de um ano e dez meses de prisão. Ele era acusado de participar do assalto a uma loja de pneus e rodas localizada na avenida Pedro Calazans, que fica vizinha a antiga Delegacia Plantonista Centro, em Aracaju. O crime praticado por quatro homens, dois deles de moto, aconteceu no dia 15 de março de 2015. Na ação os assaltantes acabaram trocando tiros com uma equipe do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope). Anderson estavam em liberdade desde o mês de dezembro, quando passou a cumprir pena em regime aberto.

 

O chefe da Polícia Civil, delegado Alessandro Vieira, destacou que o trabalho da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) em coletar e analisar imagens das câmeras de segurança de imóveis residenciais e estabelecimentos comerciais, localizados nas áreas próximas ao local onde aconteceu o homicídio, foi determinante para se verificar o trajeto feito pelo acusado. O delegado descartou a possibilidade de crime de mando, ressaltando que a vítima foi escolhida de forma aleatória pelo assaltante.

 

“O criminoso chegou na hora da abordagem. O delegado foi o primeiro alvo que encontrou portando celular e no momento utilizava o aplicativo whatsapp. Viu que era uma pessoa que não poderia ter uma grande reação, por estar com um cachorro em uma mão e o celular na outra. Fez a abordagem como costumava agir, houve a tentativa de reação e o desenrolar do incidente”, explicou Alessandro Vieira.

 

De acordo com o que ficou esclarecido, após o crime Anderson retornou para casa onde relatou o fato para os familiares, não sabendo até aquele momento que a vítima se tratava de um delegado. Dias depois, como de costume, o acusado voltou a praticar roubos a transeuntes. Na tentativa de impossibilidar a sua identificação, ele alterou as características da moto, pintando a carenagem do veículo de preto. Anderson já havia colocado a moto à venda e se preparava para fugir de Sergipe. “A moto só não foi vendida por conta de uma restrição administrativa”, explicou o delegado, ressaltando que denúncias anônimas encaminhadas através do 181 também auxiliaram a polícia a chegar até o suspeito.

 

No andamento das investigações as equipes do Cope e Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), coordenadas pelos delegados João Eloy e Jhonatas Evangelista, chegaram a outras vítimas de Anderson. O acusado foi preso no bairro Soledade, onde os policiais apreenderam a moto, o revólver e dezenas de chips e capas de aparelhos celulares. Agora a polícia trabalha para identificar outras vítimas do acusado e converter a prisão temporária em preventiva. O delegado Alessandro Vieira prometeu apresentar Anderson em coletiva à imprensa na próxima sexta-feira (12) e divulgar o depoimento dele que foi gravado em vídeo.

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