ARACAJU/SE, 26 de julho de 2024 , 21:06:57

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“Nenhum político demite secretário meu”, diz Edvaldo

Da redação, AJN1

 

O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), passou o feriado de Corpus Christi matutando sobre o pedido de demissão do então secretário da Saúde, André Sotero. Na carta entregue pessoalmente por André, às 19h da última quarta-feira (14), Sotero afirma estar “No limite” e sua demissão era “Em caráter irredutível”. Não demorou muito e a informação vazou pelas redes sociais e os veículos de comunicação estampavam sua saída prematura do cargo. Foram 5 meses e meio à frente da pasta, a qual tem importância coronária.

Nesta quinta-feira (16), o prefeito foi procurado por toda imprensa sergipana e abriu o verbo. Segundo ele, a saída de Sotero não teve influência política e a próxima nomeação também não terá.

“Nenhum político, nem vereador, nem deputado, nem governador, nem presidente demite secretário meu. Não dou essa prerrogativa a ninguém. Só quem tem essa prerrogativa de tirar e colocar sou eu. O ex-secretário André alegou motivos pessoais, foi ele quem pediu para sair. Não adianta as pessoas quererem transformar esse fato numa discussão política, porque não vão conseguir. Nenhum político indicou André, eu fiz questão disso. Vou aproveitar esse final de semana para pensar num nome e, na segunda-feira, anunciar o nome definitivo. Até agora não convidei ninguém. E os critérios de escolha serão técnicos, nenhum partido vai influenciar na indicação.”

Ainda segundo Edvaldo, André foi uma indicação pessoal. “Não foi indicação de partido, por nenhuma força política. A pasta da saúde é uma indicação do prefeito, porque nós precisamos trabalhar para recuperar a saúde, que ficou os últimos quatro anos jogada e nós estamos tentando recuperar. O secretário André estava fazendo um grande trabalho, visitando os postos, fazendo um trabalho extraordinário. É um homem leal. As razões expressas na carta de demissão eram pessoais, não foi nenhum problema do trabalho com a Prefeitura. Então, eu quero dizer que fico triste e lamento com sua saída. Vamos nomear outro sem nenhum problema”.

“Vai ter que explicar”

Contrapondo o discurso do prefeito, André, para piorar a situação, disse à imprensa que o município deixou de pagar as gratificações dos profissionais do Projeto Acolher, sem ser comunicado. Ainda segundo ele, nos postos faltam remédios como dipirona, A.A.S., remédios para hipertensão e diabetes. “Havia dinheiro, mas falta medicação”.

Sobre as questões apontadas pelo ex-secretário, Edvaldo reiterou que, assim como acontece como todos os seus auxiliares, garantiu a autonomia do secretário no desempenho do seu trabalho e liderança. “Eu espero e sei que é importante que o secretário saiba de tudo. Quem manda na secretaria é o secretário. Sempre tive convicção de que André Sotero tinha total autonomia e controle. Ele tinha o meu aval para mandar. Se apareceram fatos que fugiram ao controle dele foi um problema dele. Deveria ter me comunicado”, esclareceu.

Edvaldo negou haver irregularidade no Departamento de Administração e Finanças da secretaria. “A diretora do DARF foi nomeada por uma portaria, inclusive com gratificação assinada por André Sotero. Com o aval dele, desde janeiro, ela está trabalhando”, pontuou.

Em relação à falta de medicamentos nos postos, mesmo com a existência dos recursos para a aquisição, o prefeito afirmou que cabe ao ex-secretário dar explicações. “É ele quem deve explicar. Ele descobriu isso ontem? Ele estava no cargo há seis meses. E é o papel do secretário acompanhar isso. Como ele mesmo disse, havia recursos, que foi uma das nossas prioridades, que foi pagar o que estava atrasado aos fornecedores de remédios, para, assim, abastecer a rede. Esta declaração só depõe contra ele”, disse.

 

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