ARACAJU/SE, 20 de abril de 2024 , 1:14:40

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Casos de dengue diminuem, mas febre Chikungunya põe capital em alerta

A diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou nesta quinta-feira (8), os dados referentes ao 5º Levantamento de Índice Rápido do Aedes (LIRAa) de 2015 em Aracaju.  O índice de infestação na capital foi de 1,5, valor considerado “médio risco” ou “alerta”, porém, os cuidados precisam ser redobrados neste período do ano, uma vez que na próxima estação, o verão, a proliferação do mosquito é mais recorrente e preocupante.

 

No LIRAa anterior, divulgado em julho, o índice de Aracaju foi de 2,3. Mesmo o atual LIRAa mostrando queda deste valor, a coordenadora do Programa de Controle da Dengue de Aracaju, Taíse Cavalcante enfatizou a importância da população manter o combate aos focos do Aedes Aegypti. 

 

“Temos que redobrar os cuidados, essas chuvas eventuais são propícias ao desenvolvimento dos ovos do mosquito, que podem ficar em estágio de repouso por 450 dias esperando água para eclodirem. Para este período do ano, estação primaveril, era realmente esperado que o índice fosse baixo, porém, nos próximos meses, durante o verão, é que os índices de dengue mais preocupam. Vale ressaltar ainda que o Aedes aegypti é responsável também pelas doenças Zika e Febre Chikungunya”, disse Taísse.

 

A pesquisa declarou que 17, dos 42 bairros de Aracaju, apresentaram baixo risco (satisfatório), 25 bairros mostraram médio risco (alerta) e nenhum bairro com a classificação de risco de epidemias (considerado estágio grave). Entre os bairros com médio risco (alerta) que tiveram infestação acima de 2,0 estão: Santa Maria (3,4), Cidade Nova (2,4), Cirurgia (2,4), Getúlio Vargas (2,2) e Pereira Lobo (2,1).

 

“O trabalho intensificado e específico da Prefeitura de Aracaju, através da SMS, mostrou queda no índice de infestação do bairro Cidade Nova, que em julho estava com 4,1 (risco de epidemia) e agora em setembro apresentou 2,4. Ainda assim, não podemos vacilar quanto ao nosso empenho em manter a infestação sempre contida”, disse a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Raulinna Gomes.

 

De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde de Aracaju, Tereza Cristina Maynard, os agentes de endemias, que realizaram o LIRAa, relataram que os depósitos de água ao nível do solo (lavanderias) continuam prevalecendo como maior criadouro do mosquito.

 

“As pessoas ainda acumulam água nestes tipos de reservatórios e esquecem-se de limpá-los da forma correta, usando força mecânica mesmo, o que chamamos popularmente de esfregar as paredes das lavanderias. Neste 5º LIRAa, o percentual de infestação para esse tipo de lugar chegou a 76,1% (em julho o percentual foi de 64,7%). É preciso limpar as lavanderias duas vezes por semana, evitando que o mosquito ponha ovos nas paredes destes locais. Depósitos como: vasos e pratos de plantas, ralos, lajes, sanitários em desuso e etc, continuam na sequência dos locais preferidos pelo  Aedes Aegypti (ficando com índice de infestação de 20%)”, ressaltou.

 

Um detalhe importante divulgado neste 5º LIRAa foi a queda em 68,85% de focos em entulhos e resíduos sólidos encontrados dentro das casas e quintais. Nos terrenos baldios, por exemplo, não foram encontrados focos do mosquito. “O desenvolvimento do Aedes Aegypti continua dentro do domicílio mesmo, onde ele encontra alimento, abrigo e condições de proliferação. Precisamos que os aracajuanos entrem nessa batalha de combate ao mosquito, para que no verão tenhamos mais tranquilidade em relação à infestação, e consequentemente as doenças transmitidas pelo mosquito”, enfatizou Cristina.

 

Febre Chikungunya

 

Durante o primeiro semestre deste ano, Aracaju não registrou nenhum paciente com quadro de Febre Chikungunya, porém, nos últimos meses, cinco casos confirmados da doença deixaram a equipe do Programa de Controle da Dengue de Aracaju bastante apreensiva. Segundo informações da Diretoria de Vigilância em Saúde, os bairros Bugio, Grageru, Jabotiana, Santos Dummont e Santo Antônio apresentaram, cada um, ocorrência para esta doença.

 

A coleta para o exame que detecta a Febre Chikungunya acontece na Rede Municipal, mas as amostras são enviadas para um laboratório no Ceará, que reenvia os resultados semanas depois, o que acaba sendo um fator a mais de preocupação para as equipes de saúde, uma vez que pode-se demorar para a confirmação da doença. “Não podemos deixar que a Febre Chikungunya se alastre em nossa capital, por isso pedimos aos cidadãos que combatam o Aedes Aegypti de forma intensa e não espere apenas pelos trabalhos dos nossos agentes”, enfatizou Taíse Cavalcante.

 

Já segundo a infectologista da Vigilância Epidemiológica de Aracaju, Fabrizia Tavares, é importante que as pessoas prestem bastante atenção aos sintomas da Febre Chikungunya em seus corpos. “Na dengue é característica a dor muscular, já na Febre Chikungunya as pessoas reclamam de dores mais fortes nas articulações, que podem durar por vários meses. Pedimos que, ao perceber mudanças no corpo, o paciente já procure a Unidade de Saúde da Família do seu bairro e relate o ocorrido”, frisou a médica.

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