ARACAJU/SE, 27 de julho de 2024 , 10:32:05

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Cerca de 30 pacientes estariam com a bactéria KPC no Hospital de Urgência

Da redação, AJN1

 

Cerca de 30 pacientes com a superbactéria KPC estariam isolados no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju. A informação foi passada na manhã de hoje (9) pela infectologista Manuela Santiago, em entrevista ao programa Jornal da Ilha. Segundo ela, a falta de medicamentos, que tem ocorrido com frequência na unidade de saúde tem comprometido o controle da KPC. "As faltas infelizmente ainda são rotineiras, não posso afirmar como está a situação agora. Infelizmente é uma coisa que a gente vem notando e que compromete a recuperação do paciente", lamentou a infectologista.

 

Familiares de pacientes, que teriam contraído a bactéria no Huse, também denunciam a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a exemplo de luvas, máscaras e capote (touca) para acompanhantes e enfermeiros, e em alguns casos sendo orientados até a comprar medicamentos, que além de serem difíceis encontrar no mercado, chegam a custar R$ 8 mil. Um dos familiares, que está com um paciente há 35 dias no hospital, chegou a denunciar o caso, na semana passada, ao Ministério Público Estadual (MPE) e tem audiência marcada para está segunda-feira.

 

Segundo a infectologista, as reclamações junto ao hospital sobre a falta de antibióticos, não só para KPC, tem sido rotineiras. "Não sabemos se isto tem ocorrido por falta de planejamento ou de recursos", disse Manuela Santiago, acrescentando que o hospital é grande e tem muitos pacientes, situação que acaba favorecendo a disseminação da bactéria. "Ano passado conseguimos controlar e reduzimos os casos. Infelizmente com a falta de medicamentos não conseguimos controlar tão bem como com a força tarefa".

 

A infectologista explicou que os pacientes são isolados – colonizados – em virtude da bactéria pode crias resistência e pode passar para outros pacientes. "O isolamento é para que não se espalhe mais no hospital. O isolamento não quer dizer que um paciente está mais grave do que o outro, quer dizer que está com a bactéria e precisa controlar essa disseminação da bactéria". Manuela Santiago ressaltou que a bactéria não fica no ar, o contágio é por contato, dai a importância da higienização das mãos com o alcoól gel.

 

Resposta

 

A secretária de Estado da Saúde, Conceição Mendonça, explicou que na semana passada chegou a faltar EPI para acompanhantes de pacientes no Huse por problemas relacionados ao fornecedor, mas a situação foi contornada. "Semana passada faltou EPI para acompanhante, mas de imediato foi adquirido. Foi o fornecedor que ficou sem entregar. Estamos trabalhando diuturnamente para que não falte". A secretária confirmou ainda que dos três antibióticos usados no tratamento, houve falta de um, também por culpa do fornecedor que não fez a entrega da mercadoria. No entanto, o medicamento já foi comprado.

 

Conceição Mendonça disse ainda que nesta segunda-feira vai até o Huse para acompanhar de perto a situação da KPC. "Estamos monitorando a situação e hoje estarei conversando com infectologistas. Vamos verificar se houve falhas e se houve, eu mesma entro no processo para que tenha resolutividade. Não vou permitir que falte qualquer equipamento de EPI.

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