ARACAJU/SE, 13 de dezembro de 2024 , 12:15:16

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Governo limitará alimentação fornecida a acompanhantes de pacientes em hospitais

Da redação, AJN1

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), mandou suspender, a partir da próxima segunda-feira (8), a alimentação que é servida a acompanhantes de pacientes internados nas 59 unidades hospitalares geridas pela SES, a exemplo de fundações, associações, hospitais e maternidades.

As refeições, que hoje são liberadas a qualquer pessoa que esteja cadastrada como acompanhante, independente de quem esteja internado, serão permitidas apenas a quem assiste idosos, parturientes, crianças e adolescentes.

O impacto mais representativo desta medida será no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), o maior hospital público do estado, onde, atualmente, são servidas 800 refeições por dia.

O diretor do Huse, Darcy Tavares, disse que está atendendo à determinação da SES e que compreende as necessidades, mas, segundo ele, tem de haver uma regra.

“Todos os hospitais da rede receberam instrução normativa da Secretaria de Saúde organizando e disciplinando o fornecimento das refeições, seguindo a legislação vigente. Aqueles acompanhantes de crianças, de idosos, de adolescentes continuam recebendo, porque está na legislação. Os demais casos extraordinários serão avaliados pelo nosso serviço de assistência social”, explicou.

SUS

De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), se o paciente internado for menor de 18 anos de idade, tem assegurado um acompanhante – um dos pais ou responsável – (art. 12 da Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente) devendo o estabelecimento de saúde fornecer condições para a sua permanência em tempo integral. O mesmo direito é assegurado aos idosos (60 anos ou mais) submetidos à internação hospitalar, (art. 16 da Lei 10.741/03 – Estatuto do Idoso).

As parturientes também têm direito a acompanhante durante o trabalho de parto e pós-parto nos hospitais públicos e conveniados com o SUS, de acordo com a Lei 11.108/05. O acompanhante terá direito a acomodações adequadas e às principais refeições durante a internação. 

Reclamação generalizada

Ao tomarem conhecimento da nova medida, os acompanhantes ficaram na bronca com o governo. “Se for verdade, como eu vou ficar aqui em Aracaju, custeando minha alimentação?”, indaga Maria dos Santos, moradora de Simão Dias que acompanha uma filha no Huse.

Opinião semelhante tem Maria Augusta, que dá assistência ao filho de 25 anos que se acidentou de moto e permanece internado no Huse. “Eu moro em Cristinápolis e preciso almoçar aqui, porque eu não tenho condições de gastar dinheiro. Meu filho é desempregado e eu vivo de faxina, não tenho condições. O governo quer tirar tudo do pobre, até a comida”.

SES

Até o fechamento desta matéria, a SES não divulgou nota a respeito do assunto. A AJN1 aguarda o texto para publicação imediata.

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