Da redação, AJN1
O diretor Clínico do Hospital João Alves Filho, o médico Marcos Kroger, disse estar preocupado com a crise que se instalou no Hospital Cirurgia, após o anúncio nesta quarta-feira (11), de que a unidade de saúde suspendeu temporariamente os procedimentos cirúrgicos e internamentos eletivos por falta de profissionais anestesiologistas, além de materiais e medicamentos abaixo do nível crítico.
O Cirurgia serve como hospital de retaguarda para o João Alves em várias especialidades médicas, como ortopedia, cirurgia vascular, neurocirurgia, cardiologia, entre outros.
Para Kroger, se a crise no Cirurgia demorar, além dos danos para os pacientes do próprio Cirurgia, o hospital João Alves será diretamente afetado. “Haverá superlotação do hospital, em todas as suas etapas de trabalho. Essa demora que a ortopedia tem hoje vai piorar bastante e vamos perder tempo de cirurgia e perder vidas por conta de uma decisão que, muitas vezes, é política, de repasse de recursos”, afirmou.
Kroger fez questão de salientar que não tem intenção de fazer um embate contra a direção do hospital Cirurgia, mas confessou que não entende como essa situação de crise veio a acontecer.
“O Cirurgia é de importância vital para os pacientes que chegam ao hospital. Não entendemos como o Cirurgia chegou a um colapso desses, chegando a faltar insumos, atrasos de salários de servidores e de fornecedores. O paciente com perfil para ir ao Hospital Cirurgia é o idoso, com fratura de osso por exemplo, pacientes com manejo difícil e recuperação tardia”, destacou.
Cogestão
O diretor clínico sugeriu, visando sanar o impasse, a criação de uma cogestão entre os entes. “Para resolver o problema, sugiro uma cogestão: chamar os entes estaduais, municipais e o próprio Cirurgia, e arrumar uma maneira deles participarem mutuamente da gestão. O Cirurgia é um patrimônio do povo de Sergipe”.