ARACAJU/SE, 16 de abril de 2024 , 10:56:44

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SES já registrou 49 casos de microcefalia neste ano em todo o estado

Aline Bittencourt

 

O Ministério da Saúde (MS) emitiu um relatório sobre o número crescente de casos de microcefalia em bebês e disparou alerta nacional. Em Sergipe, conforme revela o superintendente da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), Luis Eduardo Prado Correia, este ano já foram registrados em todo estado 49 casos. Somente em Aracaju, de setembro até agora, foram 29. O estado está em 2º lugar do ranking no Nordeste com casos da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, uma das suspeitas é de que a microcefalia esteja relacionada com o Zika Vírus. Sorologia deve confirmar diagnóstico.

 

Para o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, “ainda é cedo para confirmar o Zika como vilão. A coincidência temporal chama atenção, mas, por enquanto, é apenas uma possibilidade”.

 

Porém, conforme também explica o superintendente da MNSL, foi constatado que dos 29 casos registrado na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, mais de 90% dos pacientes tiveram relatos de Zika e Chicungunha durante a gravidez.

 

“Ou seja, há suspeita dessa má formação ser causada por essas doenças infecciosas é grande. Contudo, temos que aguardar o resultado da sorologia que já está sendo providenciado pelo MS”, esclarece Luis Eduardo Prado Correia. Ele complementa, “é causado por alguns vírus que tem predileção pelo sistema nervoso dos fetos, gerando com isso o quadro de microcefalia e ocasionando a redução do perímetro encefálico e, consequentemente, casos de retardo mental”, acrescenta.

 

Números crescentes

 

Em Sergipe, segundo conta Correia, os números não param de crescer. “Outros casos também foram constatados em municípios sergipanos como Lagarto, Itabaiana, Estância e em outras maternidades aqui da capital”, afirma.

 

A microcefalia consiste em má-formação que leva à redução do tamanho do crânio de bebês e provoca sérias deficiências de desenvolvimento. “A circunferência do crânio desses bebês é menor do que 33 cm e por conta disso nascem com limitações para vida, como restrição mental e restrição neuromotor. Além do que essas crianças vão possuir uma condição muito difícil para as famílias acompanhar”.

 

Triagem e acompanhamento

 

O superintendente da MNSL relata que um acompanhamento rigoroso está sendo realizado. “Estamos encaminhando esses casos para o nosso ambulatório de seguimento na antiga Hildete Falcão. Uma triagem desses pacientes estão sendo feitos e notificados à Vigilância Epidemiológica para controle absoluto desses casos. Esperamos uma medida assistencial de emergência do Ministério da Saúde”, destaca Luis Eduardo.

 

Prevenção

 

No que diz respeito ao ponto de vista assistencial, Luis Eduardo Prado Correia explica que ainda não há detalhes sobre o que se dever fazer pra prevenir a doença. “Sabemos que os casos de gestação que foram acometidas com o Zika Vírus ou Chicungunha no início da gravidez, nas 12 primeiras semanas, tiveram nascimento de bebês com a microcefalia. Também já soubemos de casos que aconteceram no final da gravidez”, diz.

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