O município de Divina Pastora pode receber o título de Capital Nacional da Renda Irlandesa. É o que está sugerindo a senadora Maria do Carmo Alves (DEM), autora do Projeto de Lei 4641/2019, que tramita no Senado da República. “A renda irlandesa deu visibilidade às rendeiras de Divina Pastora. Tornando-se sua marca específica, passou a ser um dos itens mais destacados do fazer artesanal sergipano”, afirmou.
Maria destacou que a concessão do título de Capital Nacional da Renda Irlandesa ao Município “é o reconhecimento dessa iniciativa pioneira, que reafirma sentimentos de pertencer e de identidade cultural, além de possibilitar a transmissão da técnica e o compartilhamento de saberes, valores e sentidos específicos”.
Ao pedir o apoio dos colegas, a senadora lembrou que em 2008, a técnica adotada por cerca de 200 rendeiras, teve o seu modo de fazer incluído no Livro de Registro dos Saberes Nacional e reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Essa certificação foi o primeiro grande reconhecimento das artesãs em organização administrativa, sob forma de associação, e serviu de estímulo para o desenvolvimento de outras iniciativas”, contou Maria.
De acordo com ela, em 2011, a renda de Divina Pastora recebeu o Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, figurando entre os melhores produtos artesanais do País. Já em 2012, obteve o Selo de Identificação Geográfica, na modalidade Indicação de Procedência, emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), que concedeu aos produtos fabricados na região do Município garantia de qualidade e autenticidade.
Distante 39 quilômetros de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, Divina Pastora tem cerca de cinco mil habitantes e desses, uma parcela cria produtos que encantam pela delicadeza e perfeccionismo. “A renda irlandesa original é baseada na técnica de renda de agulha e fitilho. O que a diferencia nos produtos de Divina Pastora é justamente a substituição do fitilho por um cordão achatado, o lacê, o que lhe confere características próprias, onde a textura, o brilho, o relevo e as sinuosidades dos desenhos se combinam de modo especial, produzindo uma renda original e sofisticada”, disse Maria, ao justificar a propositura.
História
A renda irlandesa, ou ponto de Irlanda, é uma arte que surgiu no norte da Itália, em torno dos séculos XVI ou XVII. Consagrou-se como irlandesa, pois, da Itália, foi levada por missionárias italianas para a Irlanda, onde foi disseminada a nova técnica.
Na época imperial, missionárias irlandesas visitaram Divina Pastora e lá difundiram a habilidade entre as senhoras de engenho.
O texto é da assessoria de imprensa.