ARACAJU/SE, 26 de julho de 2024 , 21:17:53

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Sergipe completa 199 anos de Emancipação Política

Da redação, CS

Sergipe completa neste dia 8 de julho 199 anos da Emancipação Política. Essa data confirma quando o Rei de Portugal Dom João VI, assinou em 1820, a Carta Régia separando Sergipe da Bahia, tornando assim um território independente.

Com a emancipação, Sergipe deixou de ser Capitania subalterna e oficialmente assumiu os requisitos de uma Unidade Política com responsabilidade própria. “As ligações com a Bahia não cessaram imediatamente, mas abriu-se o caminho para autonomia, a possibilidade de ter Governo e representações próprios, de ter jurisdição no seu território, de cuidar dos próprios interesses. É um longo caminho, mas tudo teve início ali”, coloca a historiadora e professora aposentada da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Terezinha Oliva, 

Segundo Terezinha Oliva, a data invoca a liberdade sentida pelos habitantes de Sergipe, que então se viram livres de muitos laços do poder baiano. “A data lembra um fato fundamental da nossa formação como unidade política. É como se fosse o nascimento de Sergipe, o processo de sua autonomia, em relação à Bahia”, coloca a historiadora.

200 anos

Terezinha Oliva lembra que em 2020 será o bicentenário da Emancipação Política de Sergipe. “Um bicentenário é sempre um momento para ser comemorado com reflexão, com um retorno sobre a própria trajetória para pensar no futuro. E para isto, essa data tem que servir neste 2019, para lembrar a todos que vamos fazer 200 anos de uma caminhada que merece reflexão e inspiração para que nós tracemos os nossos caminhos para o futuro”, diz.

Duas datas

Por muito tempo era comemorada duas datas como sendo feriado da Emancipação Política de Sergipe, 8 de julho e 24 de outubro. Segundo a historiadora Terezinha Oliva, Sergipe já teve dois feriados de emancipação. “A festa popular da emancipação era comemorada em todo o Estado no dia 24 de outubro, mas a data oficial da Carta Régia de Dom João VI, 8 de julho. Então essas duas datas por um tempo foram legalmente feriados da emancipação. No último governo de Albano Franco é que ficou decidido que apenas 8 de julho seria mantida”, esclarece, salientando que houve um tempo em que era a principal festa de Sergipe, o 24 de outubro. “A tradição das festas foi se perdendo como também nas Escolas foi perdendo o hábito de estudar e comemorar a emancipação. As escolas tinham muito viva essa celebração e nelas entoava o Hino Sergipano, que fora composto para este dia. Aos poucos, deixou-se de cantar o hino e de fazer a festa. “A perda da tradição levou o Governo de Sergipe a cancelar o feriado de 24 de outubro e a considerar apenas a data da Carta Régia, que é 8 de julho. Isso fez o fim da festa popular”, coloca Terezinha Alves Oliva.

História

Para celebrar a Emancipação Política do Estado de Sergipe, o Arquivo Público de Sergipe preparou uma programação especial que vai até o dia 12 deste mês. Durante o período as escolas estaduais de Sergipe poderão agendar uma visita às instalações do prédio e conhecer as instalações e o acervo do prédio histórico.

O Arquivo Público de Sergipe funciona em horário das 7h às 13h, de segunda a sexta-feira, e está localizado na Travessa Benjamin Constant, 348 – Centro de Aracaju. O agendamento de visita pode ser feito, pessoalmente, ou por meio do telefone (79) 3179-1907.

De acordo com a diretora do APS, Lícia Cristina Santana, os alunos poderão conhecer as instalações, além de visitar o acervo de documentos históricos, coleções de pesquisadores sergipanos totalmente digitalizados, tudo isso resguardado em um prédio construído em 1936, recém-reformado e modernizado.

“Nessa ação os alunos poderão conhecer as instalações do prédio, qual a função do Arquivo Público, a sua importância. Além disso, teremos uma exposição das documentações históricas da emancipação política de Sergipe, entre outras atividades”, informa Lícia Santana.

Considerado uma das mais antigas edificações do estado, o Arquivo Público Estadual de Sergipe Palácio Carvalho Neto (Apes) abriga documentos históricos do Poder Executivo, jornais de época, uma escritura de compra e venda de uma propriedade rural do ano de 1673, a coleção do pesquisador Sebrão Sobrinho digitalizada na íntegra, do jurista Gumercindo Bessa, de documentos do poeta Freire Ribeiro e do pesquisador e historiador Epifânio Dória, entre outros.

 O prédio foi recentemente entregue a população totalmente reformado e modernizado, com investimentos da ordem de R$ 900 mil, por meio de parceria firmada entre o Governo de Sergipe e a Centrais Elétricas (Celse), através de Protocolo de Intenções que visa promover ações de preservação do patrimônio cultural e histórico de espaços públicos que integram o meio ambiente cultural do Estado de Sergipe, a exemplo também do Teatro Tobias Barreto e da recém-inaugurada obras de modernização da Biblioteca Epiphanio Dorea.

A diretora do Arquivo Público Estadual, professora Lícia Santana, explica que o papel do Apes é promover a organização, preservação e o acesso a documentação arquivista produzida no Estado. “O arquivo é uma parte integrante do processo evolutivo da sociedade, um espaço que detém muita história que precisa ser preservada. Nessa perspectiva, a gente começa a enaltecer e pensar às funções sociais e culturais que espaços como esses podem oferecer a sociedade. Além da pesquisa e o acesso a informações, nosso objetivo é abrir uma agenda cultural para que a comunidade sergipana esteja inserida nesse contexto histórico tão importante para nosso estado”, relata a gestora.

Projetos

Direcionado aos estudantes da educação básica e ao público em geral, o Arquivo Público prepara uma série de projetos culturais e educativos. “Temos em mente vários projetos a serem desenvolvidos, um deles é o ‘Arquivo Vivo’. Dentro desse macro-projeto vamos desenvolver outras atividades como o ‘Café com História’ e o ‘Café com Cultura’, com aulas e palestras, tanto para os alunos da educação básica quanto para acadêmicos do ensino superior”, informa Lícia, destacando que as escolas que mostrarem interesse em participar dessas atividades deverão agendar previamente.

Ainda de acordo com diretora do Apes, “pretende-se fomentar também a implantação dos Arquivos Públicos Municipais e o Sistema Estadual de Arquivo Público. São metas bastante audaciosas e que são importantes nesse contexto da documentação pública. Felizmente estamos recebendo todo o apoio do secretário estadual da Educação, do Esporte e da Cultura, professor Josué Modesto dos Passos Subrinho, e os servidores da Seduc em geral”, disse.

Reforma e modernização

 As obras do prédio em estilo rococó iniciaram-se em 2 de abril de 2018 e finalizaram em 20 de dezembro. Os trabalhos foram acompanhados, por parte da contratante, pelo engenheiro Fábio Barros Pimentel, e contemplou a implementação de um sistema moderno de combate a incêndio, recuperação de toda a rede elétrica e hidráulica, bem como recuperação das áreas abertas e de terraço, com uma impermeabilização mecânica.

 O auditório com capacidade para 96 pessoas foi totalmente recuperado e implantada uma plataforma de elevação para cadeirantes. A acessibilidade foi contemplada com a colocação de um elevador com acessos ao ambiente de pesquisa, bem como a reforma de banheiros para adequação às pessoas com necessidades especiais.

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