Por Eliedja Barros*
Para existir uma mastigação satisfatória, é preciso que a boca esteja pronta para exercer suas funções de forma adequada, e tudo se inicia no aleitamento materno. Além da imunização natural, ela promove uma sincronia entre a respiração e a deglutição, o que favorece o crescimento harmonioso da face da criança, pois fortalece os músculos faciais e direciona a formação dos ossos do rosto, ajudado, assim, no fortalecimento e tonificação da língua, bochechas e lábios.
É isso que irá preparar a criança para receber o alimento sólido, visto que no aleitamento foi gerado o engrenamento de movimentos mastigatórios que irá solidificar, com o passar do tempo, proporcionando uma melhor aceitação da criança por alimentos sólidos. Deve-se, assim, introduzir uma dieta equilibrada, dura, seca e fibrosa, a exemplo de cereais, frutas e verduras em pedaços maiores, e evitar alimentos pastosos.
Crianças que fazem uso de mamadeira costumam torná-la sua companheira ao longo de anos, habituando-se a uma dieta mole e adocicada, e tendendo a recusar alimentos que requeiram mastigação. A criança que não mastiga não gasta seus dentes de forma ideal. Podemos comparar essa boca a um sapato novo que fica na caixa e não se desgasta. São a dieta indicada e a boca, que foi preparada na amamentação, que garantirão o desenvolvimento satisfatório da arcada dentária.
O nível mais nobre de prevenção é o educacional. Então, leve seu filho periodicamente ao Odontopediatra, que irá acompanhar o bebê desde os primeiros dias, intervir ou encaminhá-lo, em momento oportuno, para que a boca possa executar sua função da melhor forma.
* É Cirurgiã-Dentista (CRO 3044/SE), professora de Especialização em Ortodontia e Odontopediatria, presidente da Câmara Técnica de Ortopedia Funcional dos Maxilares do CRO-SE.
Parecer favorável
Contando com a participação do sergipano José Augusto Santos Silva, indicado pelo CRO-SE, a Comissão de Odontologia Hospitalar do CFO emitiu parecer técnico para a aprovação do Projeto de Lei 883/2019. O grupo esteve na Câmara dos Deputados na última terça-feira, 09, para fazer a entrega do documento ao Deputado Zacarias Calil, relator do Projeto, contribuindo para tornar obrigatória a presença do cirurgião-dentista na equipe multiprofissional para assistência ao paciente internado nas UTIs e demais alas dos hospitais no Brasil, o que significa assistência integral ao paciente hospitalizado.
Câncer de Cabeça e Pescoço
Neste mês de julho, o Sistema Conselhos evidencia a importância da prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, alertando a população e profissionais para o diagnóstico precoce, capaz de evitar óbitos e minimizar mutilações graves na fala, alimentação, visão, audição, cognição, dentre outras. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registrou mais de 39 mil casos de câncer de cabeça e pescoço em 2023, incluindo os cânceres de cavidade oral, tireoide e laringe.
Julho Verde
Diante desses dados, o CFO e os Conselhos Regionais apoiam a campanha “Julho Verde”, que incentiva a disseminação de informação, estimulando a busca por assistência capaz de evitar o agravamento da doença. É importante destacar que o cirurgião-dentista tem papel essencial na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, visto que os diversos sintomas se manifestam na cavidade oral, na face e na região de orofaringe dos pacientes.
