Com um mundo em constante evolução, temos uma nova realidade consolidada nesta década que é a transformação digital sendo inserida no cotidiano das pessoas. Uma pesquisa da Sirius Decisions demonstrou que 67% da jornada dos consumidores está sendo realizada por meio digital, isto significa mudança no comportamento das pessoas. É visível que o avanço tecnológico trouxe junto uma maior intensidade do uso dos smartphones, que funcionam como verdadeiros computadores móveis.
Eu pessoalmente tenho observado em vários locais de espera que as pessoas não se olham mais, elas passam o tempo de olho nas telas dos telefones celulares. Isso é possível verificar em consultórios médicos, em bares e restaurantes, em locais que tenham algum tipo de espera e até mesmo em reuniões. Como consequência, as transações comerciais e financeiras em grande parte são realizadas pelos telefones celulares.
Esta nova realidade trouxe o aumento do crime cibernético. Um relatório da Accenture apontou que os ataques de segurança tiveram um amento de 31% nos últimos anos. Dessa forma, entendo importante repassar informações de cuidados sobre os golpes cibernéticos, na logica do alerta de prevenção que devemos ter diante desta nova realidade. Referidas informações foram coletadas de um treinamento que realizei pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
Registre-se que a fraude eletrônica é um crime cibernético e ocorre quando o criminoso consegue enganar alguém, por meio de redes sociais, contatos telefônicos, correio eletrônico falso ou qualquer outro meio fraudulento, que vise fazer com que a pessoa forneça dados confidenciais, tais como, senhas de acesso, bancos ou número de cartão de crédito ou débito.
Do ponto de vista conceitual, a fraude envolve alteração, manipulação, falsificação de documentos, resultados, dados e diversas outras informações que poderão ser utilizadas para prática de golpes e demais crimes. Já o golpe é realizado por alguém que tem o objetivo de auferir alguma vantagem, especificamente financeira. O golpe utiliza-se de fraudes como meio de efetivação.
Este tema não é novidade e a mídia frequentemente vem alertando a população e evidenciado casos que têm ocorrido, ou seja, apresentando exemplos reais que podem ocorrer com quaisquer pessoas. Alguns exemplos de manchetes envolvendo o assunto são as seguintes: mais de 1,7 milhão de golpes com PIX foram aplicados em 2022; Brasil registra R$ 2,5 bilhões em tentativas de fraude no e-commerce no 1º semestre; setor de bancos e cartões registra 1 ocorrência de fraude a cada 6 segundos; tentativas de fraudes on line no carnaval podem ultrapassar R$ 100 milhões, etc.
Um golpe muito usual e que a pessoas devem ficar atentas é aquele em que se cola a foto de perfil no aplicativo mensageiro whatsapp copiando-se e colando em outro número de telefone. É uma tentativa de golpe em que os criminosos copiam o perfil, avisam a troca de número de telefone para contatos familiares e pedem dinheiro e infelizmente muita gente ainda tem probabilidade de cair nessa enganação.
A Febraban a partir de informações da Serasa tem um acompanhamento das tentativas de fraudes ocorridas e destaca que o segmento de bancos e cartões são os mais visados, sendo que o principal instituto dos fraudadores é furtar identidades para pedir empréstimos e abrir contas em bancos. A Febraban aponta que consumidores com idades entre 36 e 50 anos foram os principais alvos dos fraudadores e que a população de até 25 anos tem uma menor incidência, possivelmente por serem mais adaptadas ao mundo digital, possuem mais cuidados no uso de tecnologias.
Os golpes cibernéticos têm aumentado a ocorrências em todas as Regiões do Brasil, com destaque para a Região Norte, com os seguintes aumentos nos estados: Rondônia (3,1%), Amazonas (2,7%), Acre (2,7%), Tocantins (2,6%) e Roraima (2,6%). Porém as maiores incidências de investidas criminosas são na cidade de São Paulo, certamente por ser o principal centro financeiro do país.
Existem golpes antigos e que ainda são muito praticados, a exemplo de: – clonagem de cartão (criminoso utiliza seus dados para compras sem que você tenha gastado). Pode acontecer ao repassar dados de seu cartão em sites pouco confiáveis ou até mesmo por ficar repassando fotos do seu cartão por aplicativos de mensagens e ligações telefônicas supostamente de instituições financeiras, solicitando suas informações pessoais e dados. Sobre isso o aconselhamento é o seguinte: nunca divulgue dados financeiros ou imagens de cartões em grupos de mensagens, não repasse informações bancárias em ligações recebidas de supostas instituições financeiras, muito cuidado ao inserir suas informações em sites da internet, priorizar o uso de cartões virtuais nas compras digitais. Estes são alguns dos diversos cuidados que precisamos ter contra os crimes cibernéticos.
A nossa orientação é que as pessoas fiquem mais atentas e desconfiadas sobre comunicações em quaisquer meios, pois as estimativas para os cenários de crimes virtuais neste ano de 2024 é de relevante crescimento e de mais ataques contra dispositivos e serviços mal configurados. Portanto, a prevenção é fundamental.
