ARACAJU/SE, 7 de setembro de 2024 , 20:41:46

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Desastre climático: ameaça anunciada

Após mais de 30 dias o Rio Grande do Sul continua sendo vítima de um dos maiores desastres climáticos que atingiu mais de 470 municípios e mais de dois milhões de pessoas impactadas, mais de 160 mortos, 806 feridas, mais de 50 mil desalojadas e mais de 48 mil em abrigos.  E agora chega o frio, ventos fortes e mais chuvas provocadas por um ciclone extratropical.

Relatório da Organização Meteorológica Mundial, OMM, através do escritório conjunto com a Organização Mundial da Saúde – OMS sobre Clima e Saúde, publicado em novembro do ano passado, destacou que os países de baixa e média rendas estão sendo impactados fortemente pelos eventos climáticos extremos como o calor excessivo ou a chuva intensa com risco de inundações e desmoronamento.

A saúde já vem sendo impactada com mais de 489 mil mortes por ano entre 2000 e 2019 devido calor na Ásia (45% dos casos) e Europa (36%). Os desastres de médio ou grande parte podem chegar a 560 por ano, ou 1,5 por dia, até 2030. E o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul é uma prova do que já havia anunciado o relatório da OMM-OMS.

A saúde sofrerá grande impacto diante das doenças provocadas pela qualidade do ar ou pela qualidade da água, no caso das enchentes. Porém, o estudo também aponta para os riscos de insegurança alimentar, algumas regiões com seca extrema como no Chifre da África, ou com as enchentes na Ásia, Europa, e nas Américas.

Assim, os problemas da saúde levarão também ao colapso dos equipamentos como hospitais, laboratórios e clínicas. Podendo atingir a produção de medicamentos e de vacinas.

Uma outra preocupação além das consequências imediatas, por causa dos desastres, é o deslocamento em massa da população, provocando reflexivamente um impacto social e econômico sem precedentes.

As doenças sensíveis ao clima, chamadas de doenças vetoriais, transmitidas por alimentos e água, também está aumentando, como vem sendo observado ao redor do mundo.

Dengue, malária e surtos de cólera estão no radar como consequências dos eventos climáticos extremos e o aquecimento global.

É preciso ter coragem para colocar a Terra, nossa casa, em ordem. Caso contrário, não teremos para onde ir quando tudo acabar.