O significado de “fair play” é jogo justo, um valor que norteia as competições esportivas para manter a integridade dos participantes. Geralmente, o juiz inicia uma partida ou uma luta pedindo um jogo limpo entre os competidores antes de iniciar o confronto.
E no marketing? Esse conceito se aplica? Vejamos…
Na semana passada, escrevi sobre a peça publicitária “Crush”, lançada pela Apple para o seu novo iPad Pro. Se você não leu, aqui vai um breve resumo: a big tech americana divulgou um vídeo que mostrava uma prensa industrial comprimindo vários itens como uma vitrola, latas de tinta coloridas, uma máquina de escrever e vários outros objetos antigos. Ao finalizar a compressão, a prensa se abre e resta apenas o iPad Pro. A locutora narra: “O mais poderoso iPad de todos os tempos também é o mais fino.”
Mas a mensagem percebida por muitos foi que a tecnologia estava substituindo a criatividade humana, um tropeço rapidamente aproveitado pela concorrência.
A Samsung reproduziu o cenário e deu continuidade à história. Uma moça adentra a sala, desviando dos destroços que estão no chão, entre eles, um violão bastante danificado (objeto que aparece no vídeo da Apple). Ela se senta sobre a prensa, começa a tocar o violão e lê uma partitura que está, adivinhe onde? No Galaxy Tab S9 Series! Em seguida, surge a frase: “A criatividade não pode ser esmagada.”
Jogada limpa! Aproveitar um deslize da concorrência é uma estratégia eficaz para pegar o “hype” e surfar a onda após o erro do adversário.
Esse tipo de “guerra” entre as marcas não é novidade. Muitas vezes, acompanhamos os confrontos entre Coca-Cola e Pepsi, Nike e Adidas, McDonald’s e Burger King etc. A diferença está na rapidez com que as respostas estão vindo. No mundo digital de hoje, a velocidade de reação é fundamental. As empresas precisam estar preparadas para responder de forma criativa e eficaz às ações da concorrência, mantendo o espírito do fair play no campo do marketing.
Isso envolve não só jogar conforme as regras, mas também ser ágil e inteligente ao aproveitar oportunidades que surgem. A rivalidade entre marcas pode ser saudável e até benéfica para os consumidores, desde que seja conduzida com respeito e integridade. Afinal, o que vale é a habilidade de competir de forma justa e inovadora.