ARACAJU/SE, 2 de maio de 2024 , 6:55:40

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Isenção de imposto para compras internacionais: um risco à economia e ao mercado de trabalho

A isenção do imposto de importação para compras internacionais de até USD 50, instituída pelo programa Remessa Conforme, tem gerado grande debate no país. Apesar de parecer vantajosa para os consumidores à primeira vista, a medida apresenta diversos pontos negativos que podem ter um impacto significativo na economia brasileira e no mercado de trabalho.

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) contra a isenção, alegando vício de inconstitucionalidade pela falta de desoneração equivalente para compras em estabelecimentos nacionais. Essa disparidade cria uma concorrência desleal, prejudicando o comércio local que já enfrenta dificuldades.

A isenção do imposto de importação para compras internacionais é prejudicial ao mercado de trabalho, pois pode levar ao fechamento de lojas e à consequente elevação do desemprego. Os mesmos produtos que entram no mercado por meio das compras isentas do imposto no Remessa Conforme, são vendidos pelo comércio local, que gera renda e empregos no país.

Ao comprar no comércio internacional online, o consumidor pode ser indiretamente prejudicado. Com a retração da atividade econômica nacional, as cadeias de comércio, serviços e indústria sofrem com queda de produção, vendas e transações. Isso leva à diminuição da atividade econômica como um todo, e mesmo quem não se considera diretamente impactado pela retração pode acabar engrossando o contingente de desempregados.

Os centros comerciais urbanos já estão diminuindo sua atividade, e os shoppings também enfrentam dificuldades com a concorrência desleal do comércio online. Além disso, há casos de pessoas que burlam a lei, fazendo compras fracionadas para evitar o pagamento do imposto, tirando vendas do mercado regular que contribui para a economia nacional com o pagamento de impostos municipais, estaduais e nacionais.

A isenção do imposto para as compras internacionais de até USD 50 beneficia principalmente a China, principal produtor e vendedor online do mundo. Essa medida provoca uma evasão significativa de dinheiro do Brasil para o exterior, sem que haja uma contrapartida justa para o comércio local.

É necessário garantir igualdade de condições para as empresas brasileiras. O estímulo às compras internacionais não ajuda na manutenção dos postos de trabalho e no funcionamento da atividade econômica brasileira. É fundamental repensar essa política e buscar alternativas que beneficiem o mercado interno e a geração de emprego no país.

Ao defender o fim da isenção do imposto para compras internacionais de baixo valor, estamos defendendo a economia nacional, o comércio local e os milhões de trabalhadores que dependem desse setor para sobreviver.

É importante ressaltar que a isenção do imposto de importação para compras internacionais de até USD 50 não é um benefício real para a maioria dos consumidores: O valor médio das compras internacionais é de USD 20, segundo dados da Receita Federal, o que significa que a maioria dos consumidores não pagaria imposto.

Prejudica o comércio local e a geração de emprego: As empresas brasileiras perdem vendas e competitividade com as empresas internacionais, o que pode levar ao fechamento de lojas e à demissão de trabalhadores.

Provoca evasão de divisas: O dinheiro que os consumidores gastam em compras internacionais é enviado para o exterior, o que prejudica a economia brasileira.

É fundamental que o governo brasileiro reconsidere essa política e busque alternativas que beneficiem a economia nacional e o mercado de trabalho, pois a cadeia produtiva que deve ser fortalecida é a brasileira, não a de fora.