(LEIA EM 3 MIN) Rebrandings da Vida: Quando Ser e Parecer Entram em (Des)Alinhamento

Maria Monezzi

Você já sentiu que a forma como o mundo te enxerga não traduz mais quem você é — nem quem está se tornando?

Essa sensação é o sinal mais claro de que chegou a hora de um rebranding.

 A Vida Também Tem Fases de Marca

Empresas fazem rebranding para atualizar posicionamento, público ou propósito.

Mas nós, pessoas, também precisamos reposicionar nossa narrativa de tempos em tempos.

A diferença?

Quando uma marca muda, ela lança uma campanha.

Quando uma pessoa muda, o mundo precisa perceber — e isso exige coerência entre o que se é, o que se comunica e o que se entrega.

 Entre o que se é e o que se quer ser

Nem sempre estamos comunicando quem somos.

Às vezes, somos excelentes tecnicamente, mas nossa imagem não traduz isso.

Em outros momentos, o erro é oposto: comunicar algo que ainda não existe — e talvez nunca vá existir.

Há dois movimentos legítimos nesse jogo:

 Comunicar a transformação — quando você ainda está em transição, mas já constrói a narrativa para o novo lugar que de fato pode ocupar.

É o “ainda não sou, mas estou me tornando”.

 Comunicar uma ilusão — quando se vende um discurso, um estilo ou uma promessa que não há condições reais de sustentar.

É o “daqui não se chega lá”.

E esse é o tipo de descompasso que corrói a credibilidade — pessoal ou corporativa.

 O Branding como Espelho e Direção

O branding, quando bem feito, não inventa nada: ele traduz e projeta.

Traduz o que há de verdadeiro na essência.

Projeta o que ainda está em construção — mas é possível, coerente e genuíno.

Por isso, revisitar sua comunicação (ou a da empresa) deve ser um hábito, não uma emergência.

Mudou o público, a fase da carreira, o propósito?

Então a mensagem também precisa mudar.

 Coerência é o Novo Luxo

Vivemos na era da superexposição.

Mas comunicar demais sem revisar o “porquê” e o “para quê” é o mesmo que pintar uma fachada em ruínas.

E não há marketing que sustente incoerência por muito tempo.

O segredo está em manter viva essa ponte entre autenticidade e aspiração — sem corromper nenhuma das duas.

 Rebranding não é reinvenção. É realinhamento.

A cada mudança de fase — pessoal, profissional ou empresarial —, precisamos ajustar a comunicação para refletir com verdade e estratégia o lugar onde estamos e o destino para onde caminhamos.

E isso, talvez, seja o trabalho mais sofisticado e honesto que podemos fazer por nossa imagem.