A onda de calor que está atingindo boa parte do território brasileiro com temperaturas 5 graus a mais do que seria normal para este período, é a prova de que as previsões dos impactos das mudanças climáticas que eram esperadas daqui a 30 anos foram antecipadas.
As mudanças climáticas não é devaneio de loucos ou de “comunistas” como alguns alienados ditos conservadores ou “liberais” apregoam. O meio ambiente não perdoa os abusos cometidos pelos homens e sua ganância desenfreada, e todos serão vítimas das consequências do aquecimento global e do efeito estufa provocado pela poluição atmosférica.
Agora mesmo estamos sentindo na pele o desconforto de temperaturas acima de 40 graus em plena primavera tropical, além da baixa umidade, em torno de 10 a 30%, bem abaixo dos 60% recomendados para a saúde humana.
As maiores vítimas são as crianças e os idosos com a possibilidade de desidratação e insolação, com risco de morte. Mas os demais também podem ser acometidos de vários males como a desnutrição, a piora das condições de trabalho e aumento do estresse, o que afeta a saúde mental.
Outros riscos apontados pelas mudanças climáticas antropogênicas são a escassez de água e de alimentos, essenciais para a sobrevivência humana, além do aumento dos desastres naturais, como secas, enchentes e furacões, gerando o deslocamento de pessoas e, consequentemente aumentando o risco de ocorrência de doenças infecciosas.
O impacto das mudanças climáticas também traz o aumento de doenças sensíveis às mudanças, a exemplo das doenças infecciosas: leishmaniose, malária, dengue e outras arboviroses, além de hepatite.
Não há perspectivas de melhoras porque o setor produtivo e o consumismo desenfreado impedem que as mudanças necessárias ocorram, como por exemplo, a redução dos combustíveis fósseis, a substituição dos modos de produção no agronegócio e uma nova postura de consumo.
Não podemos esquecer que o custo dos impactos na saúde para os cofres públicos serão muito relevantes, tanto na prevenção como no tratamento, além dos custos na economia de um modo geral.
A situação é muito grave. A sociedade e o estado devem promover os meios necessários e, ainda possíveis, para minimizar os efeitos da crise climática, e incentivar soluções criativas para a redução da poluição atmosférica e conscientizar a população a ter em vista que todos estamos no mesmo barco navegando no mesmo mar bravio e em risco de naufrágio.