ARACAJU/SE, 2 de dezembro de 2024 , 7:07:36

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O MAN DO “X” – Uma análise da marca pessoal de Elon Musk

 

Falem bem ou falem mal, mas falem de mim. Seria uma boa tattoo para Elon Musk. O multimilionário sul-africano é frequentemente comparado a Tony Stark, o Homem de Ferro, e ele parece ter abraçado esse alter ego da ficção. E por que não? Ele tem o perfil de quem constrói foguetes, carros elétricos e até mesmo planos para colonizar Marte enquanto desbrava novas fronteiras da tecnologia. Mas, diferente do herói dos quadrinhos, Musk não só tem um arsenal de ideias revolucionárias, ele de fato transforma essas ideias em realidades que mudam o mundo, e faz isso de acordo com sua própria personalidade.

O que chama atenção em Musk, além de suas conquistas, é sua obsessão pela letra “X”. Não só em empresas como SpaceX, X.com (que virou PayPal), e mais recentemente o Twitter, agora rebatizado como X, mas até em nomes de seus filhos, como X Æ A-12 e Xavier. Embora Musk nunca tenha dado uma explicação clara sobre essa preferência, o “X” parece simbolizar o desconhecido, o ilimitado, algo que combina perfeitamente com sua visão de moldar o futuro. Seja uma escolha consciente ou não, o “X” está intrinsecamente ligado à sua trajetória.

Ele fundou e adquiriu várias empresas e as moldou para refletirem sua própria forma de pensar.

Tudo começou lá atrás, em 1996, com a criação da Zip2, uma plataforma que ajudava jornais a criarem versões digitais de guias de cidades. Esse foi seu primeiro grande feito, uma vitória que lhe rendeu quase US$ 300 milhões com a venda da empresa. Nada mal para um começo, né?

E aí veio o X.com em 1999, que logo evoluiu para o que conhecemos como PayPal. Musk, desde aquele momento, já estava pensando fora da caixa, buscando revolucionar o sistema bancário e como fazíamos transações online. Quando o PayPal foi vendido ao eBay por US$ 1,5 bilhão, Musk já tinha deixado claro que não tinha medo de romper com o status quo. Mas isso ainda era apenas o início.

A SpaceX, fundada em 2002, foi onde ele começou a sonhar bem alto, literalmente. Ele queria baratear as viagens espaciais e, quem sabe, colonizar Marte. Algo que parecia ficção científica, mas para Musk era o próximo passo lógico. Ele apostou nos foguetes reutilizáveis, algo que ninguém tinha feito antes, e transformou a SpaceX em uma peça-chave na exploração espacial moderna.

Mas talvez a empresa mais associada ao seu nome seja a Tesla. Embora ele não tenha sido o fundador, foi Musk quem a transformou no que é hoje. Em 2004, ele entrou como investidor e logo assumiu o controle, guiando a empresa em direção a uma revolução no setor automotivo. Para Musk, não era apenas sobre fabricar carros elétricos; era sobre mudar completamente o conceito de transporte sustentável e como o futuro deveria ser movido a energias renováveis. Na Tesla, ele impôs sua filosofia de “sem limites”, desafiando o mercado e moldando a cultura de inovação.

Sua mentalidade inovadora também o levou à criação da Neuralink em 2016. Ele vislumbra um futuro onde a inteligência artificial será integrada diretamente ao cérebro humano. E, novamente, a ambição de Musk se destaca. Isso não é ficção científica, para ele, é uma questão de tempo até que se torne realidade.

Não satisfeito, Musk fundou a The Boring Company, também em 2016, com a proposta de criar túneis subterrâneos de alta velocidade. Para ele, tudo é solucionável com inovação, e essa visão molda a cultura em todas as suas empresas: problemas são apenas oportunidades para criar algo revolucionário.

Em 2016, a Tesla adquiriu a SolarCity, empresa de energia solar cofundada por seus primos, criando um ecossistema integrado de energia limpa. Para Musk, tudo está conectado. E essa visão de integração molda a forma como a Tesla opera até hoje.

E então veio o Twitter, agora rebatizado como X, em 2022. Musk comprou a plataforma alegando uma missão particular: garantir liberdade de expressão. Ele rapidamente impôs sua visão na cultura da empresa, renomeando-a para X, uma letra que sempre acompanhou sua trajetória, desde o X.com, o precursor do PayPal. O “X” representa o ilimitado, o desconhecido, uma metáfora para sua visão de moldar o futuro sem restrições.

Mesmo na OpenAI, organização que ele cofundou em 2015, ele quis garantir que a IA fosse amplamente desenvolvida.

No fim do dia, Elon Musk não cria apenas empresas, ele cria extensões de si mesmo. Sua marca pessoal: arrojada, visionária e, às vezes, controversa, forja cada empresa que toca. Pode ser na busca por sustentabilidade na Tesla ou na revolução espacial da SpaceX, tudo o que Musk faz carrega seu “X”, sua assinatura. Ele não apenas quer mudar o mundo, ele quer mudá-lo ao seu estilo.