ARACAJU/SE, 18 de maio de 2024 , 19:10:23

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O SONHO DE EMPREENDER OU EMPREENDER POR UM SONHO?

Caminhos diferentes de uma mesma passarela

A análise de branding desta semana é inspiradora: uma pedra no caminho, que virou um e-commerce, que virou uma papelaria, que virou um café, que se tornou uma marca.

O sonho pode ser um combustível forte para a ação, porém a dor do impedimento de segui-lo pode tornar-se ainda maior. Em 2020, Jadhi precisou interromper a faculdade de medicina por questões financeiras e encontrou no empreendedorismo uma chance para um dia retomar seus estudos.

Considerou algumas possibilidades para iniciar um negócio online, chegou a cogitar uma loja de roupas infantis, mas logo declinou. Desde pequena, ela se encantava com itens de papelaria, como estojos, cadernos, canetas, etc. Investiu em pequenos lotes desses itens e começou a vendê-los pelo Instagram.

O estoque inicial cabia em uma cômoda. Com o sucesso das vendas, passou a ocupar um cômodo de seu apartamento, onde recebia algumas clientes. Neste cantinho, ela já tinha o cuidado de deixar uma máquina de café.

Como ela, os paperlovers (amantes de papelaria) têm o gosto de sentir a textura da capa de um caderno, conferir se o tamanho da agenda cabe na bolsa, testar, escrever para conferir se a caneta escreve “macio”. A experiência de compra é sensorial.

A empreendedora já sabia que estava no caminho certo. Abriu um CNPJ, registrou a marca “Dona Frufru” e alugou um ponto, que funcionou por seis meses sem nenhuma fachada, apenas com a força da internet. O Instagram que ela iniciou do zero era suficiente para fazer o negócio girar. Hoje, com mais de oito mil seguidores, é considerada uma Lovebrand (marca amada) Aracajuana.

A ARTE DE CONTAR UMA BOA HISTÓRIA

A jornada do herói é usada por marcas corporativas para engajar pessoas a torcerem para um desfecho feliz. Na rede social, Jadhi conta sua história de superação, sua trajetória como empresária e sua vida de mãe e mulher. Todos os dias ela gera muito conteúdo aplicando intuitivamente o storytelling.

Uma marca deve ter seu olhar atento, entender o propósito além dos produtos e serviços. A Dona Frufru, por exemplo, usa agendas e planners como instrumento para inspirar outras pessoas a se organizarem e planejarem sonhos com objetivos, metas e muitas cores de canetinha.

O BRANDING

A identidade visual evoluiu motivada pela percepção que a mensagem precisava ser entregue às mulheres de uma forma mais madura, para isso acrescentou o marsala como uma tonalidade mais empoderada e modificou a logo.

O nome que inspirou Jadhi a criar a marca hoje é como a reconhecem nas ruas de Aracaju: ela é a “Dona Frufru”. A inspiração do naming vem das “xuxinhas” de cabelo das meninas.

O cor de rosa está nos itens de decoração, nas comidas e bebidas servidos no café e em todos os detalhes. É um ativo comprado pelos fãs da marca, muitos clientes vão até a papelaria vestidos como a “Dona Frufru” (com alguma peça rosa), declaram frases como “olha como eu estou frufru hoje”.

Intencionalidade. O branding sensorial está nas músicas, na fragrância que ela aplica nas sacolas, nas texturas das poltronas, nos sabores do menu e em cada cantinho frufru instagramável.

ALERTA DE SPOILER

Vem aí a segunda unidade. O sonho da medicina ficou para trás, o propósito de inspirar outras pessoas a planejarem seus sonhos tomou conta, chegou para ficar. Encantou tanto que atraiu novos sócios investidores.

Ah, um detalhe! Ao chegar ao local, a primeira coisa que você vai ver é um mapa mundi, será que está ali por acaso? Aguardem!