ARACAJU/SE, 15 de outubro de 2024 , 21:44:03

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10 executivas que lideram grandes empresas — e as lições de cada uma

No dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, data que enfatiza a importância da igualdade de gênero na sociedade e, sobretudo, nos negócios. Afinal, ainda que tenha ganhado relevância como passar do tempo, o tema continua representando um caminho tortuoso para mulheres em busca de protagonismo e posições de liderança nas grandes empresas.

No Brasil, segundo estudo da consultoria Grant Thornton, elas ocupam apenas 38% dos cargos de liderança. O assunto, contudo, é urgente: estudos comprovam que a equidade de gênero nas organizações é capaz de ampliar receitas e permitir avanços substanciais em temas como governança, sustentabilidade e equidade salarial.

10 executivas que lideram grandes empresas para conhecer no Dia da Mulher

Para reconhecer a trajetória de executivas capazes de driblar desafios estruturantes, a EXAME selecionou, neste Dia da Mulher, 10 líderes femininas que estão promovendo a mudança dentro de seus ambientes corporativos. Elas compartilham lições e principais desafios de gestão à frente de times e negócios inovadores.

Veja abaixo:

Amanda Pinto é a idealizadora e fundadora da N.OVO Plant Based, foodtech que desenvolveu um substituto para ovos 100% à base de vegetais. Graduada em Administração de Empresas pela PUC-RJ e pós-graduada em marketing pela Universidade de Berkeley, Amanda já foi considerada um dos principais nomes inovativos da atualidade.

Segundo a empreendedora, o incômodo a respeito da cadeia produtiva de indústria alimentícia serviu de estímulo para a criação do negócio, uma spin-off do Grupo Mantiqueira. “Na época, eu era head de marketing e inovação da Mantiqueira e sempre me perguntava qual era a melhor forma de produzir comida, considerando, além de nutrição e sabor, o uso de terras e bem estar animal”, diz.

Depois de muitas pesquisas e viagens em busca de referências de inovação, foi possível trazer o modelo de negócio ao Brasil. “A N.OVO é uma empresa que nasceu com o propósito de produzir proteínas alternativas às proteínas animais, contribuindo para o desenvolvimento de sistemas alimentares de mais baixo impacto ambiental”, diz.

Atualmente, a empresa já possui alternativas para ovos, maioneses, carne de frango e carne de porco.

Marcela Rezende é líder de marketing do unicórnio MadeiraMadeira. Com experiência de duas décadas no mercado de marketing e branding, ela tem passagem por grandes marcas como L’Oréal, MAC Cosmetics, Bacardi, Grey Goose e Havaianas. Formada em Marketing pela ESPM (São Paulo), Marcela também é pós-graduada em Liderança, Administração e Gestão Empresarial na Universidade de Harvard e atua como investidora anjo e conselheira de startups.

De acordo com ela, um dos principais desafios como líder é encontrar exemplos femininos que tenham protagonismo em reuniões e tomadas de decisão estratégica nas empresas. “Infelizmente, ainda é comum existir somente uma mulher dentro de salas de reuniões, eu mesma já vivi essa situação durante minha trajetória”, diz.

“”As pessoas precisam trazer essa pauta para discussão efetivamente, colocando ações em prática para mudar o cenário atual. Sei do meu papel neste cenário e, aqui naMadeiraMadeira, tenho como missão realizar uma gestão que vise a equidade de gênero e diversidade”.”Marcela Rezende, VP marketing da MadeiraMadeira

Maria Mestriner Colli, CEO e fundadora da Pampili

Maria Mestriner Colli é CEO e fundadora da Pampili, marca líder no segmento do lifestyle infantil feminino que completou 36 anos de história no último mês. Para a profissional, a primeira dificuldade enfrentada em sua trajetória foi a inexperiência em um segmento  dominado pelo gênero masculino, já que atuava como farmacêutica e bioquímica.

Além disso, ela destaca os desafios relacionados à criação de uma empresa como jovem empreendedora e mãe — Colli estava grávida de cinco meses e tinha 24 anos quando decidiu fundar a Pampili. “Era uma jovem sonhadora, com desejo enorme de empreender. Eu engravidei no meio do processo de planejamento e não pensei em desistir em momento nenhum”, diz.

“Era um segmento novo e eu ainda não dominava, tinham muitas coisas para serem feitas: aprender novas competências, estruturar o time, conhecer o mercado e escolher um nicho relevante para a marca. Isso me colocou em uma posição desafiadora profissionalmente, como pessoa, como mãe, como esposa e como líder”.

Na Pampili, as mulheres ocupam 86% dos cargos.

Petra Studholme, CMO do alt.bank (novücard)

Petra Studholme, CMO do alt.bank (novücard) tem mais de 30 anos de experiência global no setor financeiro. comenta que quando há a vontade de constituir família e também quando há a necessidade de cuidar de parentes idosos ou frágeis a responsabilidade recai, principalmente, para a mulher que, muitas vezes, precisa  fazer uma pausa na carreira – ou abdicar – para tomar conta da situação. Muitas vezes, é nesse período que os colegas do sexo masculino avançam, sendo promovidos a cargos mais altos e ganhando salários maiores, criando uma lacuna de gênero que será difícil de superar.

“As empresas também devem se atentar para o fato de que ter diversidade e inclusão em todos os níveis contribui e traz um importante aprimoramento em qualquer cultura empresarial”Petra Studholme, CMO do alt.bank (novücard)

Amanda Graciano, sócia e líder de inovação corporativa da Fisher Venture Builder

Amanda Graciano ingressou na faculdade de economia aos 17 anos e, desde então, ocupa posições de destaque em mercados marjoritariamente masculinos. Atualmente, ela é sócia e líder de inovação da Fisher Venture Builder, organização que desenvolve e acelera startups em estágio inicial.

Como mulher, negra e jovem, ela afirma que reconheceu que a ausência de outras mulheres no mercado tecnologia como uma oportunidade para fomentar a inovação. “Como mulher negra de uma família simples, a decisão da carreira não é fácil. Eu decidi que não queria seguir as carreiras das pessoas da minha família embora admirasse muito o que eles tinham realizado”, conta.

Tereza Santos, CEO da Sympla

Tereza Santos, CEO da Sympla (Sympla/Divulgação)

Com experiência de mais de sete anos no mercado de eventos, Tereza Santos foi convidada a assumir a posição de diretora de operações na Sympla, empresa de eventos digitais. Desde o início, a função exigia foco na liderança de operações internas e também no suporte e experiência do cliente. Em 2021, ela tornou-se CEO da companhia.

De lá para cá, a empresa tem ganhado destaque por suas soluções inovadoras e serviços digitais capazes de driblar o baque sofrido pelo mercado de eventos durante a pandemia. À frente da empresa, Tereza destaca que a diferenciação da Sympla (e também de seu perfil como excecutiva) está na percepção das necessidades dos clientes e da sensibilidade às tendências, algo que traz desde o início da carreira, como atendente de call centers.

“O setor de eventos tem pouquíssima representatividade feminina. Hoje, no papel que estou, me atento muito a como posso dar mais visibilidade a tantas outras mulheres com quem trabalho”, diz. “Temos que discutir a pauta, os desafios e contar o que é ser mulher nessa sociedade para verem que não é frescura, é um fato”.

“Outra lição que aprendi nestes anos de mercado, foi a conectar pessoas. Meu time está sempre à minha frente. Meu objetivo é transformar meus colaboradores em uma equipe de alto desempenho, no melhor que eles possam ser.”Tereza Santos, CEO da Sympla

Tereza foi convidada especial do Como Cheguei Aqui, videocast sobre carreira e liderança da EXAME. Veja o episódio na íntegra abaixo:

Dagmar Rivieri, fundadora da Casa do Zezinho

Nascida no bairro de Santo Amaro, na capital paulista, Dagmar Rivieri, conhecida carinhosamente como Tia Dag, é a fundadora da Casa do Zezinho, uma organização sem fins lucrativos que atende crianças, adolescentes e jovens, de ambos os sexos, com idade entre 6 e 21 anos.

Tia Dag trabalha na área social há 40 anos e lidera a Casa do Zezinho há 29. Dos 80 funcionários que atuam na Casa do Zezinho, cerca de 80% são mulheres e a fundadora sempre busca identificar essas lideranças, oferecer oportunidades e criar um plano de carreira. Para ela, estar à frente de uma ONG é sempre precisar superar desafios e, na ponta, aprender a ser uma líder empática. “Começamos na ONG com quatro mulheres e, hoje, temos mais de 80 funcionários. Durante esses anos, fomos crescendo, criando novos métodos, comitês, diretorias e principalmente capacitando e ensinando pessoas”

“Um líder que não ensina, não delega e não escuta não é um líder”Dagmar Rivieri, fundadora da Casa do Zezinho

Thaís Fischberg, presidente da Adyen para América Latina

Thaís Fischberg, presidente da Adyen para a América Latina (Adyen/Divulgação)

Thaís Fischberg lidera a operação brasileira da multinacional de pagamentos Adyen. Com passagens por empresas como Mastercard, Santander e Grupo Movile, Thaís ingressou na Adyen em outubro de 2021 para liderar o time de produtos. Agora, é também a primeira mulher a assumir a liderança da empresa para a América Latina.

Para ela, um dos principais desafios de sua trajetória foi ocupar posições de destaque em um setor dominado por homens. Contudo, a conscientização sobre a equidade de gênero tem tornado o cenário mais positivo para mulheres. “Por um lado, ainda somos desbravadoras (e continuaremos a ser enquanto inúmeros mercados forem dominados por profissionais homens), ocupando cadeiras que até a poucos anos não seriam assumidas por uma mulher. Ao mesmo tempo, esperamos que possamos servir de inspiração para que mais e mais mulheres consigam se posicionar e conquistar novos e mais relevantes espaços.”

“Apesar de eu sempre gostar de reforçar o viés positivo da transformação que ocorreu na última década, ainda é muito importante falar sobre esse assunto. O setor financeiro ainda é predominantemente masculino”, disse a executiva em entrevista exclusiva à EXAME.

Michelle Wadhy e Márcia Queirós, fundadoras da Fast Escova

Michelle Wadhy e Márcia Queirós, fundadoras da Fast Escova (Fast Escova/Divulgação)

Fundada pelas admnistradoras Márcia Queirós e Michelle Wadhy em 2018, a Fast Escova é a maior rede de escovarias da América Latina, com 190 franquias no Brasil.

Michelle é formada em Administração de Empresas e MBA em gestão comercial, tem mais de 20 anos no mercado a frente de grandes empresas nacionais e multinacionais, entre elas a Avon — onde foi responsável pela gestão de mais de 30 mil pessoas.

Para Michelle, o maior desafio no mundo dos negócios e da liderança feminina é saber administrar o tempo. “Tempo é nosso ativo mais precioso, pois ele não volta. Ser dona do seu tempo faz a diferença para que seu dia seja mais leve e suas escolhas mais assertivas”, diz.

Fonte: Exame

 

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