ARACAJU/SE, 3 de maio de 2024 , 22:30:00

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Conselho da ONU exige suspensão de venda de armas a Israel

 

O Conselho de Direitos Humanos da ONU exigiu, nesta sexta-feira, a interrupção da venda de armas a Israel, apontando o risco de novas violações do direito humanitário internacional e de direitos humanos em Gaza, onde mais de 33 mil palestinos morreram desde outubro, quando o país declarou guerra ao Hamas, após o atentado de 7 de outubro. É a primeira vez que o órgão da ONU toma partido no conflito, embora não tenha meios de obrigar o cumprimento da resolução.

A resolução foi aprovada com 28 votos a favor, seis contra — incluindo Estados Unidos e Alemanha — e 13 abstenções, dentre as quais de França, Índia e Japão.

“Um voto sim é um voto a favor do Hamas”, disse a embaixadora de Israel no CDH, Meirav Shahar.

Em contrapartida, o representante palestino na organização, Ibrahim Mohammad Khraishi, defendeu a medida acusando Israel de cometer genocídio em Gaza.

“Temos que despertar e por fim a este genocídio retransmitido ao vivo pelas televisões de todo o mundo”, afirmou Khraishi.

A resolução, apresentada pelo Paquistão e apoiada por Bolívia, Cuba e Autoridade Palestina, foi modificada na quinta-feira para evitar a referência a noção de genocídio em várias passagens do texto. No entanto, manteve a manifestação de “profunda preocupação ante as informações que apontam graves violações de direitos humanos e violações graves do direito internacional humanitário, em particular eventuais crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.

O documento também exige que Israel “acabe com a ocupação” do território palestino na fronteira de 1967, incluindo Jerusalém Oriental, e que “levante imediatamente o bloqueio à Faixa de Gaza e todas as outras formas de punição coletiva”.

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A resolução apela a “todos os Estados para que parem com a venda, envio e entrega de armas, munições e outros equipamentos militares a Israel (…), para evitar novas violações do direito humanitário internacional e violações dos direitos humanos”.

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução apelando a um cessar-fogo, que não teve impacto no terreno. Israel também há muito que acusa o Conselho de Direitos Humanos da ONU de ter posições tendenciosas.

O documento aprovado nesta sexta-feira não nomeia o Hamas, embora condene o lançamento de foguetes contra áreas civis israelenses.

A resolução “também condena os ataques contra civis, em particular em 7 de outubro de 2023, e exige a libertação imediata de todos os reféns, pessoas detidas arbitrariamente e vítimas de desaparecimentos forçados, bem como a garantia de acesso humanitário imediato aos reféns e prisioneiros “.

No ataque de 7 de outubro, os comandos do Hamas capturaram cerca de 250 reféns. Parte foram trocados em novembro por prisioneiros palestinos.

Israel estima que ainda existam cerca de 130 reféns em Gaza, parte deles mortos.

Fonte: O Globo

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