ARACAJU/SE, 27 de abril de 2024 , 4:38:24

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Governo investe pesado no turismo e setor já colhe frutos desse trabalho

Por Cláudia Lemos

“Vivemos o melhor verão turístico da história de Sergipe”. A frase é do secretário de Estado do Turismo, Marcos Leite Franco Sobrinho. Em entrevista ao Jornal Correio de Sergipe e ao Portal AJN1 ele fala, dentre outras coisas, dos desafios e os investimentos que vem sendo feitos no setor. Para se ter ideia, em 2023 a pasta movimentou um investimento publicitário na ordem de R$ 15 milhões, ante os R$ 400 mil em 2022. Marcos destaca que está havendo uma grande movimentação na cadeia produtiva do turismo: na hotelaria, bares e restaurantes, receptivos e todos os demais segmentos associados ao turismo. Ciente das lacunas que o estado ainda tem, Marcos Franco reconhece que ainda é necessário trabalhar uma série de fatores como a questão da qualificação dos serviços, a melhoria da infraestrutura e requalificação dos roteiros, e trazer, de forma ampliada, uma competitividade ao destino frente aos demais destinos do Nordeste. Porém, não esconde sua satisfação com os resultados já colhidos. A pasta lançará ainda este mês o calendário de eventos.

 

Correio de Sergipe – Quais as metas a curto, médio e longo prazos para o setor turístico do estado?

Marcos Franco – As médias ações da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), de uma forma ampla, têm o objetivo de desenvolver a atividade turística em todo o estado de Sergipe. Já em curto prazo, temos um primeiro olhar voltado para a promoção turística, como a participação em feiras e a realização de caravanas, a fim de acelerar o processo de aumento de demanda no estado. Na sequência, ficamos com o trabalho de requalificação de roteiros e de qualificação de mão de obra, além de ações, também, voltadas à infraestrutura turística.

 

CS – A rede hoteleira do estado comemora média de ocupação de 85% neste mês. Como o senhor analisa esse cenário?

MF – Essa ocupação hoteleira é fruto de um trabalho desenvolvido ao longo do ano de 2023, em parceria com a ABIH/SE [Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Sergipe], na realização de ações promocionais em todo o território nacional, com destaque nos principais mercados emissivos de turistas. Trabalhamos a questão das feiras, das capacitações e das campanhas publicitárias que provocam tanto a atenção do consumidor final, o turista, quanto o consumidor especializado, que vende o destino, como é o caso das operadoras e agências de turismo.

 

CS – Falando um pouco da geração de empregos que esse movimento turístico tem. Qual a expectativa para o verão?

MF – Nossa expectativa, conforme o que estamos visualizando neste momento, é que vivemos o melhor verão turístico da história de Sergipe. Está havendo uma grande movimentação na cadeia produtiva do turismo: na hotelaria, bares e restaurantes, receptivos e todos os demais segmentos associados ao turismo. Tudo isso proporciona geração de empregos temporários e permanentes, além da inclusão social. Naturalmente, quando se tem aquecido um setor econômico, de forma direta e indireta, conseguimos realizar a inclusão social, seja por meio da economia formal ou da informal.

 

CS – Sabemos que um dos principais atrativos de Sergipe, senão o principal, são nossas praias, o que acaba trazendo muito turista, principalmente, no verão. Qual a expectativa do governo para o verão 2024?

MF – A expectativa, como já citamos na pergunta anterior, é que tenhamos um grande desenvolvimento, um grande acréscimo na economia do estado por meio da atividade turística, que engloba setores como gastronomia, cultura, ecoturismo e muito mais.

 

CS – Como está o calendário de eventos da pasta para esse ano?

MF – Estamos em vias de lançamento do calendário. Ele já está praticamente pronto, com os últimos detalhes sendo atualizados, e estamos aguardando somente a oficialização da data de lançamento em fevereiro.

 

CS – Qual a expectativa para o turismo de negócios?

MF – A expectativa é muito positiva. Tivemos o ano de 2023 com muitos eventos na cidade [a capital, Aracaju], especialmente no Centro de Convenções AM Malls. Esperamos que, este ano, tenha volume de eventos no estado maior que 2023, principalmente na capital, que comporta os principais espaços e eventos. Isso traz uma movimentação no turismo corporativo, no turismo de eventos, o que agrega muito à atividade turística, principalmente no período de baixa temporada do turismo de lazer.

 

CS – Uma reclamação recorrente do setor era com relação à falta de divulgação dos atrativos sergipanos. O que foi e o que vem sendo feito para atrair turistas?

MF – Realizamos uma série de investimentos em 2023. Vale destacar que houve um acréscimo substancial no investimento publicitário da pasta. Em 2022, beirava R$ 400 mil e, no ano passado, tivemos o investimento de R$ 15 milhões, o que resultou nas ações promovidas e nesse bom momento do verão. Conseguimos atrair para Sergipe um grande número de turistas, que está movimentando muito a cadeia produtiva do turismo. E a expectativa para 2024 é continuar investindo nos principais mercados emissivos, a fim de que continuemos a trazer turistas e a desenvolver o turismo do estado.

 

CS – Quais os principais desafios para fortalecer o estado como destino turístico?

MF – É necessário trabalhar uma série de fatores ainda – e que são naturais –, como a questão da qualificação dos serviços, a melhoria da infraestrutura e requalificação dos roteiros, e trazer, de forma ampliada, uma competitividade ao destino frente aos demais destinos do Nordeste. Por exemplo, ao nosso lado, temos dois gigantes do turismo nacional [Alagoas e Bahia]. De certa forma, com essas ações, estamos buscando nos tornar também grandes e competitivos, para que Sergipe fique consolidado na prateleira dos principais vendedores de destinos do Brasil.

 

CS – O senhor vê Sergipe se consolidando como um destino turístico, tal como nossos vizinhos Bahia e Alagoas?

MF – Sim. Estamos numa trajetória de consolidação, como eu falei, frente aos investimentos, à nova cultura estabelecida pelo governador Fábio Mitidieri de investir, apostar e profissionalizar a atividade turística por meio do desenvolvimento técnico da Setur. Tratam-se de dois destinos que têm um trabalho consolidado, permanente há décadas. Então, estamos caminhando a passos largos para também ter um destaque na região, sabendo sempre que esse trabalho é contínuo, não é um trabalho imediato. É um trabalho de construção que nos tornará tão competitivo quanto nossos vizinhos.

 

CS – A Setur está trabalhando para atrair voos internacionais?

MF – Estamos com foco, neste momento, de consolidar o destino no mercado interno, amadurecendo o destino, preparando os canais de vendas e logísticos. Aí, sim, vamos fazer um investimento em captação de voos internacionais, mais especificamente no início do próximo ano.

 

CS – Temos cidades históricas como São Cristóvão e Laranjeiras, cachoeiras, vários municípios banhados pelo Rio São Francisco, etc. São locais com potencial, mas ainda carentes de estrutura. Quais regiões precisam de maior atenção e o que o governo tem feito para alavancar outros destinos no estado?

MF – Sim, temos um olhar voltado para esses importantes atrativos turísticos do estado. E como foi dito aqui, temos, dentro do nosso planejamento estratégico, essa meta de requalificar esses roteiros e trabalhar a infraestrutura nesses atrativos turísticos, para que venham se tornar produtos vendáveis, com infraestrutura básica para conseguir atender turistas nacionais, turistas que tenham exigência quanto ao roteiro turístico que fazem. Então, sim, há um trabalho voltado para essa requalificação e para a infraestrutura desses atrativos turísticos.

 

CS – Fique à vontade para deixar uma mensagem para os sergipanos.

MF – Deixo uma mensagem de otimismo. O turismo em Sergipe vive o melhor momento dos últimos tempos, capitaneado pelo governador Fábio Mitidieri, que estabeleceu uma nova cultura de tratar o turismo como uma política de Estado, em que temos uma prioridade dentro da gestão, tanto de investimento quanto de colaboração das demais pastas. Que a gente consiga desenvolver a atividade turística para que ela seja um vetor de inclusão social, de empregabilidade e de desenvolvimento para o sergipano e para Sergipe. Que tenhamos mais geração de emprego e renda de imediato e mais qualidade de vida para os sergipanos. O futuro é agora! Como bem diz nosso slogan, Sergipe tá que tá!

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