Por Cláudia Lemos
Próximo dia 09/05 o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) realiza seu primeiro encontro em Aracaju. Tendo como público alvo empresários, membros de empresas familiares, administradores, contadores e advogados que queiram conhecer melhor o assunto e entender como o IBGC pode contribuir neste processo, o encontro terá como tema ‘Governança Corporativa’. Também será apresentada a 6ª Edição do Código das Melhores Práticas do IBGC. O evento tem presença confirmada de Rodrigo Fiszman, Presidente da nova bolsa (Bee4), que abordará o acesso ao mercado de capitais para empresas familiares e emergentes. Entrevistamos Adgenison Nascimento, Conselheiro de Administração Certificado IBGC, Mentor, Empreendedor, Investidor, Especialista em Gestão, Estratégia e Governança para Empresas Familiares. Ele fala um pouco sobre os princípios e o papel do IBGC. Explica a importância da governança corporativa e sobre governança familiar. Adgenison também fala sobre o encontro do próximo dia 09, no auditório do Museu da gente Sergipana, das 8h30 às 12h. O evento tem vagas limitadas e as inscrições podem ser feitas através do link (https://lnkd.in/dgZWXYg9). Confira a entrevista a seguir:
Correio de Sergipe/ Portal AJN1 – Como você define a essência do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)?
Adgenison Nascimento – O propósito do IBGC é “promover uma governança corporativa melhor para uma sociedade melhor”. O instituto é o grande _think tank_ da Governança no nosso país, sendo inclusive reconhecido internacionalmente.
CS/AJN1 – Quais os princípios da boa governança?
AN – Até a 5ª edição do Código das Melhores Práticas, tínhamos quatro princípios: “transparência, equidade, responsabilidade corporativa e prestação de contas”. Na 6ª edição do documento, apresentada ao mercado em agosto do ano passado, foi inserido o princípio da “integridade”.
CS/AJN1 – Qual a importância da governança corporativa e que vantagens as empresas que a praticam usufruem direta ou indiretamente?
AN – Ao implantar as boas práticas de governança corporativa, as empresas colherão uma série de benefícios tangíveis e intangíveis, a exemplo: maior transparência para os _stakeholders_, melhoria do desempenho operacional e financeiro, gestão mais eficaz dos riscos, acesso a capital facilitado e a custos mais baixos, maximização do valor, melhoria na reputação, credibilidade e sustentabilidade.
CS/AJN’ – Quais as questões que mais influenciam as empresas quando o assunto é governança?
AN – A cultura organizacional, a estrutura da propriedade, o ambiente regulatório e de conformidade, a liderança executiva e a cobrança, cada vez maior, por parte dos clientes e da sociedade que exigem uma postura mais ética e socialmente responsável das empresas.
Essas questões podem variar dependendo do contexto específico de cada empresa, mas todas desempenham um papel importante na forma como a governança corporativa é percebida e praticada.
CS/AJN1 – Como está a governança familiar das empresas?
AN – Segundo o IBGE, por volta de 90% das empresas no Brasil são familiares. No geral, a governança familiar passa por um importante processo de amadurecimento. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito para superar desafios culturais e estruturais nessas empresas. Existem muitos paradigmas a serem enfrentados pelo fundador e pelos seus sucessores.
CS/AJN1 – No caso das empresas familiares, qual é a influência do fundador na governança?
AN – Sem o apoio, a consciência e a participação do fundador, todo o processo de evolução da maturidade será prejudicado, seja na governança corporativa ou na governança familiar. Vários paradigmas precisarão ser trabalhados, como por exemplo: a sensação de perda do poder, o medo de ser substituído e não ser mais útil ao negócio, entre outros.
Os paradigmas citados poderão ser contornados, uma vez que as ferramentas, processos e estruturas sejam eficazmente implantadas.
CS/AJN1 – Quais os principais desafios em se tratando de governança corporativa?
AN – Precisamos entender que a governança corporativa não é o fim, mas sim a jornada. Dessa maneira, os desafios serão proporcionais ao tamanho da empresa, ao mercado em que está inserida, exigências específicas do setor, cultura e visão estratégica dos sócios.
Quanto menor for a empresa, menores serão as exigências e desafios.
CS/AJN1 – Como avaliar a evolução da governança das empresas no Brasil?
AN – No Brasil, a governança corporativa evoluiu bastante desde a década de 1990, como consequência da abertura da economia brasileira, das privatizações da empresas estatais, do aumento dos investimentos estrangeiros no país e do maior ativismo dos fundos de pensão no monitoramento das empresas investidas.
Estamos na transição de empresas gerenciadas por poucos acionistas controladores, com práticas informais de governança e pouca atenção aos _stakeholders_ para um modelo com governança formal e acesso ao capital para executar suas estratégias.
CS/AJN1 – Próximo dia 09/05, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) vai realizar o primeiro encontro em Sergipe. Quem pode participar e o que será abordado?
AN – Neste primeiro encontro, o evento será aberto para empresários, membros de empresas familiares, administradores, contadores e advogados que queiram conhecer melhor o assunto e entender como o IBGC poderá contribuir neste processo.
Na ocasião, desmistificaremos a Governança Corporativa e apresentaremos a 6ª Edição do Código das Melhores Práticas do IBGC. Além disso, teremos o privilégio de receber Rodrigo Fiszman, Presidente da nova bolsa (Bee4), que abordará o acesso ao mercado de capitais para empresas familiares e emergentes.
CS/AJN1 – Onde será o evento?
AN – Será no auditório do Museu da Gente Sergipana.
CS/AJN1 – Gostaria de deixar uma mensagem?
AN – Sim. O evento será uma oportunidade única para você aprender mais sobre as melhores práticas em governança corporativa, trocar experiências com especialistas do setor e descobrir como aprimorar a governança em suas próprias organizações.
Independentemente do porte ou setor da sua empresa, a governança corporativa desempenhará um papel fundamental para o sucesso a longo prazo do seu negócio. Por isso, convidamos você a se juntar a nós, enriquecer as discussões e fortalecer a comunidade de governança corporativa em nosso estado.
O IBGC é a sigla para Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, que é uma organização sem fins lucrativos com sede em São Paulo e presente em mais sete estados. Ele foi fundado em 1995 por um grupo de 36 pioneiros, entre empresários, conselheiros, executivos e estudiosos.
O Instituto tem como objetivo gerar e disseminar conhecimento a respeito das melhores práticas em governança corporativa e influenciar os mais diversos agentes em sua adoção, contribuindo para o desempenho sustentável das organizações e, consequentemente, para uma sociedade melhor.
A instituição promove palestras, cursos, fóruns, conferências, treinamentos e networking entre profissionais da área de governança, além de produzir publicações e pesquisas. Além disso, possui um programa de certificação para conselheiros de administração e conselheiros fiscais.
* Think tank – Grupo de reflexão
* Stakeholders – Partes interessadas