De janeiro a novembro de 2021, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), em Aracaju, referência estadual para casos de violência sexual registrou 224 atendimentos, sendo180 contra menores de idade e 44 adultos. O relatório da unidade aponta que a maior incidência ocorre entre jovens menores de 18 anos, em sua maioria do sexo feminino.
“Nas estatísticas, a mulher compõe o maior quantitativo de atendimento, sendo 90%, com faixa etária entre 10 e 12 anos de idade. Já as vítimas do sexo masculino possuem entre 7 e 10 anos. Além disso, o abuso é apontado como um dos tipos de violência mais comum”, ressalta a superintendente da maternidade e coordenadora do serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual da MNSL, Lourivânia Prado. Ela observa que esses números podem ser ainda maiores, já que alguns casos não chegam à instituição e são subnotificados.
Lourivânia esclarece que a vítima que chega ao serviço de violência sexual da maternidade, de início é atendida e acolhida pelo enfermeiro que trabalha na classificação de risco, em seguida, se for necessário, é transferida para uma sala com privacidade onde um médico, assistente social ou técnico de enfermagem acolhe e faz o aporte assistencial necessário a vítima.“Esse atendimento acontece independente da vítima fazer, ou não, o Boletim de Ocorrência ou passar pelo Instituto Médico Legal para que seja efetuada a coleta de vestígios”, salientou.
Urgência
As vítimas de estupro, em idade fértil, recebem a pílula do dia seguinte e medicamentos contra sífilis, coquetel retroviral para HIV, entre outros. Desde 2007, a Secretaria de Estado da Saúde, através da MNSL, vem se empenhando em qualificar a assistência prestada às mulheres vítimas de violência sexual em Sergipe. Conforme explicou Lourivânia. “Às vezes a vítima necessita passar pelo perito, tanto para identificar o agressor, como para fechar o diagnóstico da violência e o IML. Para isso, orientamos que seja feito o Boletim de Ocorrência”, ressaltou a coordenadora do serviço.
