Da redação, AJN1
O presidente da Associação Sergipana de Empresários de Obras Públicas e Privadas (Aseopp), Luciano Barreto, disse nesta quarta-feira (7), durante entrevista na rádio Jornal FM, que a construção civil em Sergipe e no Brasil passa por um momento difícil, conturbado, mas que deve voltar a crescer após a reforma da Previdência e implantação de outras políticas de incentivo ao setor.
O otimismo de Luciano, que é presidente da construtora Celi, não é à toa, tendo em vista que a construção civil é um dos pilares para o fortalecimento da economia em qualquer país. O empresário também está confiante com o futuro lançamento do programa “Casa Brasileira”, que deve substituir o “Minha Casa, Minha Vida”.
“A construção civil talvez atravessa o momento mais difícil de toda a trajetória que eu tenho acompanhado. Temos uma área imobiliária que tinha uma programação de empreendimentos, mas que vive a expectativa do programa Minha Casa, Minha Vida, cujo nome deve ser substituído por Casa Brasileira. Esse é um programa que gera muito emprego, movimenta toda a cadeia produtiva da construção civil e que, infelizmente, hoje atravessa muitas dificuldades, inclusive com atraso de liberações por parte do Ministério das Cidades”, destacou o empresário.
Luciano fez questão de asseverar que o setor de obras públicas vive em função de investimentos e programas do governo federal que, em sua maioria, estão paralisados.
“A gente tem a esperança de que, com a aprovação da reforma da Previdência, e com outros programas, do pacto federativo, acredito que o governo vai dar prioridade a este setor que é o que se dar em qualquer lugar do mundo. Nenhum país sai da crise sem ser via construção civil, pela capacidade que tem de gerar empregos, mover toda uma cadeia e pela rapidez com que ela desenvolve projetos e aumenta a renda da maioria da população. Nós estamos esperançosos, apesar desse momento extremamente difícil que estamos vivendo”, disse.
Outros tempos
Luciano ainda lembrou que quando ele e outros empresários lançaram a Aseopp, em 2007, eram cerca de 50 associados, hoje são pouco mais de 15 e alguns, segundo ele, com extrema dificuldade de pagar uma pequena prestação.
“Nós criamos como meta principal, há 10 anos, democratizar as obras públicas, significando que as grandes obras deveriam ser divididas por meio de licitações menores; e a segunda grande bandeira que é o preço justo, obra concluída, sociedade atendida. Então, hoje nós não temos preço justo, nós vivemos submetidos a tabelas federais elaboradas de forma que ninguém sabe, e estamos vivendo numa época em que os gestores públicos não têm tinta na caneta”, criticou Luciano, referindo-se a limitação que os gestores atuais têm em aprovar aditivos em obras em virtude de falha ou ajuste em projetos de obras, já que podem responder no Tribunal de Contas.
Luciano exemplifica a obra do Hospital do Câncer, orçada em R$80 milhões, mas o Tribunal de Contas da União estabeleceu um preço de R$75 milhões. “Ganhou uma empresa que ofereceu R$55 milhões e hoje a obra está aí parada. É preciso que a nossa luta seja entendida, que as empresas tenham uma segurança de que o contrato seja cumprido pelas partes. Essa discussão já colocamos em pauta há anos e a sociedade precisa entender. Defendemos punição e garantias. Quem assinar contrato e não cumprir, deve ser punido”, concluiu.