A sergipana Maria Feliciana dos Santos, 77 anos, que ficou conhecida como uma das mulheres mais altas do mundo, morreu neste sábado (27), em um hospital particular de Aracaju, onde estava internada desde a segunda-feira (22) para tratamento de saúde. A informação foi confirmada por familiares. O velório acontece a partir das 21h no Osaf da rua Itaporanga, e o sepultamento está previsto para às 14h deste domingo (28) no Cemitério da Cruz Vermelha.
Maria Feliciana media 2,25 metros altura. Na década de 1960, chegou a receber o título de ‘Rainha da Altura’ ao se apresentar em um concurso no programa de televisão ‘A Hora da Buzina’, apresentado por Aberlardo Barbosa, o Chacrinha. Além disso, teve o nome eternizado no Edifício Estado de Sergipe, maior prédio do estado, que popularmente ficou conhecido como Maria Feliciana.
Em maio de 2022, foi homenageada pelo Museu da Gente Sergipana com uma estátua de bronze colocada no local.
Legado
Natural de Amparo do São Francisco, Maria Feliciana era filha única, descendente de uma família marcada pela altura. Ela tinha 2,25 metros, já o pai media o pai Antônio Tintino da Silva 2,40 metros; a mãe Maria Rodrigues dos Santos, 1,80 metros; a avó paterna, 2,30 metros; e uma tia paterna tinha 2,30 metros.
A partir dos dez anos o seu crescimento disparou. Foi jogadora de basquete, cantora e atração de circo. Suas primeiras apresentações públicas foram em 1962, aos 16 anos. Aos 18 anos recebeu o título de Rainha da Altura, no programa do Chacrinha.
Sob a orientação de Antonio Freire de Souza, seu descobridor e empresário, ela se apresentou em circos, cinemas e televisões. Numa dessas apresentações, conheceu José Gregório Ribeiro, Josa, “O Vaqueiro do Sertão”, que lhe apresentou a Luiz Gonzaga, com quem chegou a viajar por quatro meses, numa turnê do cantor. Foi por indicação dele que ela conseguiu se apresentar no programa do Chacrinha, ‘A Hora da Buzina’.
Depois dessa apresentação, o programa promoveu um concurso internacional para escolher a maior mulher do mundo e ela foi a vencedora, sendo nomeada como a “Rainha da Altura”.
Maria Feliciana começou a jogar basquete aos 25 anos. Fez parte da Seleção Sergipana por dois anos, seguindo depois para Porto Alegre, onde participou dos jogos da Confederação Brasileira de Desportos Universitários. Participou ainda, em 1971, dos 22º Jogos Universitários Brasileiros.
Durante 12 anos cantou no Trio Sergipano. Apesar de sua altura, pesava, na época, apenas 65 quilos e usava sapatos número 39. Deixou o trio quando conheceu Assuíres José dos Santos, com quem se casou e teve três filhos: Charles, Shirlei, e Cleverton, respectivamente. Em 1973, fez várias parcerias com duplas sertanejas, quando realizou muitos shows pelo Brasil.
Repercussão
Em postagem nas redes sociais, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, que está fora do estado, lamentou o ocorrido. “Recebo com pesar a notícia de falecimento de Maria Feliciana dos Santos. Sergipana de Amparo de São Francisco, ela ficou reconhecida nacionalmente como uma das mulheres mais altas do país, com 2,25 de altura. Maria Feliciana deixou um legado marcante, tendo seu nome eternizado no maior edifício do nosso estado. Levou o nome de Sergipe e de nossa cultura popular para o Brasil e está representada no Museu da Gente Sergipana, espaço dedicado a nossa identidade. Meus sentimentos aos familiares e amigos neste momento de dor.”
“Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento da sergipana Maria Feliciana. Uma das mulheres mais altas do mundo, ela estava internada e veio a óbito neste sábado, aos 77 anos. Maria Feliciana ficou conhecida em todo o país nos anos 1960, quando seus 2,25 metros de altura fizeram ela ser destaque no programa do Chacrinha. Lembro a primeira vez que vi Maria Feliciana, eu ainda era criança. Foi em Pão de Açúcar, cidade onde nasci. Sua presença causou uma grande movimentação. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores! Que Deus conforte os corações”, disse o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, em uma post no Instagram.
“A nossa rainha das alturas hoje fez um voo ainda mais alto. A todos os familiares, amigos e admiradores, minha total solidariedade”, publicou a secretária Nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino.
“Recebi com grande pesar a notícia do falecimento de Maria Feliciana, que teve o titulo de uma das mulheres mais altas do mundo e ajudou a fazer nosso estado ser ainda mais conhecido. Seremos sempre gratos! Meus sinceros sentimentos à família e amigos”, disse a deputada federal Katarina Feitosa.
“É com imenso pesar que recebo a notícia do falecimento da sergipana de Amparo do São Francisco, Maria Feliciana dos Santos, reconhecida nacionalmente como uma das mulheres mais altas do mundo. Na década de 60 conquistou o título de Rainha da Altura, no programa de Abelardo Barbosa, o eterno Chacrinha. Ja na década de 70 teve o seu nome batizado pelos sergipanos no Edifício Estado de Sergipe. Com sua projeção nacional, Maria Feliciana destacou Sergipe além fronteiras. Que Deus dê o conforto aos familiares e amigos desta ilustre sergipana”, lamentou o deputado estadual Luciano Bispo.
*Matéria atualizada às 20h para acréscimo de informações.
