ARACAJU/SE, 6 de outubro de 2024 , 15:45:53

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PF cumpre mandados de busca e apreensão em Capela e Aracaju

Da redação, AJN1

 

Agentes da Polícia Federal cumprem desde o início da manhã desta sexta-feira (16) mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Capela e na residência do ex-prefeito Manoel Messias Sukita no município e no endereço dele na capital. A ação faz parte da Operação Timóteo, que ocorre simultâneamente em dez estado e no Distrito Federal, e tem como foco desarticular um esquema de corrupção relacionado à cobrança judicial de royalties da exploração mineral.

 

O nome da operação faz referência a um dos livros da Bíblia em virtude de um dos alvos ser um líder religioso, que cedia contas bancárias da sua instituição para ocultar o dinheiro arrecadado. Além de Sergipe, as ações da Polícia Federal ocorreram em Goiás, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e no Distrito Federal.

 

De acordo com informações da PF, o esquema montado pelo suposto grupo criminoso, atuava junto a prefeituras para obter parte dos 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) repassada aos municípios. Em 2015, o recurso da Compensação acumulou quase R$ 1,6 bilhão.

 

As investigações apontaram que o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Marco Antônio Valadares Moreira, dispunha de informações privilegiadas sobre dívidas de royalties e as oferecia a dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria. A partir da obtenção das informações, os acusados mantinham contato com municípios que tinham créditos do CFEM junto a empresas de exploração mineral para oferecer seus serviços.

 

A mulher do diretor, Lilian Amâncio Valadares Moreira, o filho do governador do Pará, Simão Jatene, e outros dois advogados também são alvos da operação que envolve 300 policiais no cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva, 12 de prisão temporária, 29 conduções coercitivas, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de cerca de até R$ 70 milhões dos suspeitos.

 

Por deteminação do juiz federal responsável pelo caso os municípios estão proibidos de contratar ou efetuar pagamentos aos escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.

 

Entenda o esquema

 

A Operação Timóteo teve início em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que indicava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas essa autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

 

Até onde a Polícia Federal conseguiu mapear, a organização criminosa investigada se dividia em pelo menos quatro grandes núcleos:

 

 

– o núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e sua esposa, que fazia a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema.

 

– o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos.

 

– o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema.

 

– e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

 

* Com informações da Agência Brasil

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