ARACAJU/SE, 6 de julho de 2025 , 21:47:40

Sergipe é o estado do País com maior índice de desigualdade de renda; Aracaju é o 3º pior do NE, diz IBGE

Da redação, AJN1

A Síntese de Indicadores Sociais (SIS), estudo pormenorizado publicado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em 2019, Sergipe foi o estado do País com maior índice Gini de desigualdade de renda.

O índice Gini é uma medida matemática que verifica a desigualdade de renda de um determinado local. Isto é, quanto mais próximo a 1 esse indicativo for, o local analisado representará mais desigualdade de renda. No caso de Sergipe, o índice Gini foi o maior do país, totalizando 0,580. Em 2018, o índice era 0,575 e em 2017, 0,546. O índice no Brasil ficou em 0,543 e no Nordeste, 0,559.

Entre as capitais nordestinas, Aracaju também passa vergonha: tem o terceiro pior índice Gini, com 0,581, seguido por Recife (0,612) e João Pessoa (0,592).

Índice de Palma

O IBGE também utilizou outro método matemático para calcular as desigualdades de renda, denominado Índice de Palma, indicador que apresenta a razão do rendimento apropriado pelo décimo mais rico em comparação com os quatro décimos mais pobres do país.

No Índice de Palma, Sergipe ficou com 5,29 e Aracaju 5,26. Em 2018, foi de 5,14 em Sergipe e 5,22 em Aracaju. Com isso, Sergipe também apresenta o maior Índice de Palma do país, indicando concentração de renda elevada no estado, isto é: poucos têm muito e muitos têm pouco.

2º maior rendimento domiciliar do NE

A Renda domiciliar per capita em Sergipe variou de R$ 934 em 2018 para R$ 970 em 2019. Em Aracaju, o valor é maior, com R$ 1.758. Com isso, Sergipe apresenta o 2º maior rendimento domiciliar per capita do Nordeste, ficando atrás do Rio Grande do Norte, com R$ 1042 reais. Esse valor é marcado por diferenças de classe, sexo e raça.

Em relação às fontes de rendimento, 66,3% advém do trabalho como principal, seguido de 26,1% de aposentadoria e pensão e 7,6% de outras fontes.

Por grupos de rendimento, levando em conta as pessoas que apresentam um rendimento domiciliar per capita de até ¼ de salário mínimo até mais de 3 salários mínimos, o rendimento principal advém do trabalho. O que muda são os rendimentos por outras fontes.

Para pessoas com rendimento domiciliar per capita de até ¼ salário mínimo, em 36,1% o rendimento advém de outras fontes de rendimento. Já pessoas com rendimento per capita com 3 ou mais salários mínimos, apenas 4,3% advém de outras fontes.

Em uma análise mais detalhada a respeito do Rendimento domiciliar per capita de pessoas, o valor registrado entre os 40% com menores rendimentos é de R$ 217. Em contrapartida, os 10% com maiores rendimentos registram um valor de R$ 4.587. Isso dá uma razão de 21,1 vezes. Ou seja, 10% com maiores rendimentos podem apresentam um rendimento per capita que é 21,1 vezes maior do que os 40% com menores rendimentos.

Em Sergipe, 1,1% das pessoas não têm rendimento. Quase 50% das pessoas apresentam um rendimento domiciliar per capita que varia entre 0 até ½ salário mínimo. Um rendimento domiciliar per capita de mais de 5 salários mínimos atinge um percentual de apenas 2,8% das pessoas.

Entre os 10% com menores rendimentos, 13,1% são brancos e 85,2% são pretos ou pardos. Entre os 10% com maiores rendimentos, 38,6% são brancos e 61,1% são pretos ou pardos.

 

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