As altas temperaturas e o número de chuvas que caíram na capital desde o começo do ano são fatores que justificam o aparecimento de animais peçonhentos, em especial os escorpiões. O aumento do de notificações com estes animais é o motivo pelo qual a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), reforça o alerta sobre os cuidados que a população deve tomar.
Em Sergipe, não há registro de morte devido a picada de escorpião, porém, nos últimos dez anos, houve 4.786 registros de picada em Aracaju, sendo 58,8% de pessoas entre 20 e 59 anos de idade, com predominância do sexo feminino. Apenas nos primeiros meses de 2018, já foram notificados 89 casos de ocorrências no município.
De acordo com diretora da Vigilância em Saúde, Taise Cavalcante, para diminuir esse risco, a PMA faz ações de prevenção em duas frentes, tanto na atuação do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), através das orientações em locais notificados, como na a coleta de lixo, realizada pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).
“Os acidentes por escorpiões, embora raramente levem à morte, têm sido um problema de saúde pública. Nos acidentes considerados leves, a pessoa apresenta inchaço, vermelhidão, calor e pelos eriçados no local da picada. Nos casos moderados, somam-se sintomas como vômitos, náuseas, hipertensão e taquicardia. Os acidentes graves podem provocar vômitos intensos e frequentes, muita sudorese, agitação, aumento ou diminuição da frequência cardíaca, arritmias, contrações musculares, edema e choque. A espécie mais encontrada em Sergipe é o Tityus stigmurus, e sua picada provoca dor, inflamação, febre e edema, raramente levando a maiores complicações”, explicou.
A população também deve evitar a propagação de baratas nas residências, já que elas são fonte de alimentação dos escorpiões. “Os bairros Santos Dumont, São Conrado Bairro América e Farolândia são os que mais registraram casos de picadas por escorpião. O descuido da população é uma grande preocupação, e por isso indicamos como medida principal, para evitar estes animais em casa, fazer barreiras físicas, conservar o imóvel livre de rachaduras, e manter o quintal limpo e ralos devidamente tampados – já que este é a porta de entrada dos escorpiões nos imóveis. Além disso, não se deve deixar madeiras amontoadas e entulhos, pois os escorpiões se abrigam e se reproduzem nesses locais. São cuidados relativamente simples, mas que evitam o aparecimento dos peçonhentos”, disse Taise.
Ainda de acordo com a diretora, os escorpiões normalmente ficam em lugares sombreados, escuros e úmidos. “Um cuidado primordial para evitar a picada desses animais é examinar roupas pessoais, de cama e banho, e calçados antes de usá-los. Além disso, não se deve mexer em gavetas, caixas ou sacolas sem antes examiná-las também. A picada é a defesa do escorpião e elas são sempre acidentais. É importante ressaltar que ao ser picada, a vítima deve lavar o ferimento com água e sabão, e procurar imediatamente uma Unidade de Saúde”, relatou.
Em casos de acidentes com o escorpião, é recomendado que a pessoa não faça a ingestão de medicamentos sem orientação médica, e não jogue substâncias químicas, nem amarre a área picada. “O uso de inseticida não é recomendado para a eliminação de escorpiões, pois ele os não mata. Ao ser picado por um escorpião, é recomendado coletar o animal, colocando-o em um recipiente fechado, para levá-lo ao médico para que haja a identificação da espécie. Dessa forma, a vítima pode receber um tratamento específico e mais eficaz. Em seguida, se a pessoa não puder levar o animal para o CCZ, ela deve ligar para o número (79) 3179-3565, e funcionários habilitados do Centro irão buscar o material no local indicado para estudos”, complementou a diretora da DVS.
Fonte: AAN