Da redação, Joângelo Custódio
Os moradores de Aracaju passam a contar, a partir das 14h desta terça-feira (13), com o serviço de transporte privado urbano da Uber e requisitar os carros através do aplicativo e pagar uma estimativa de R$ 6 para ir do Centro ao bairro Santo Antônio, por exemplo.
Mas mal foi lançado e o Uber ?? que é uma empresa multinacional norte-americana, prestadora de serviços na área do transporte privado urbano, baseada em tecnologia via aplicativo ? já vai enfrentar sua primeira queda de braço em terras sergipanas com rivais que não comungam muito bem da ideia: os taxistas legalizados, que se sentem prejudicados com o novo serviço de transporte, conhecido pela sofisticação dos veículos, sempre em cor preto, educação e presteza no atendimento.
A insatisfação dos centenários taxistas não é capricho aracajuano, ocorre em todo o país e às vezes com uma pitada de protesto ácido. Já há, inclusive, ocorrências de depredações de carros e espancamento de motoristas do Uber em algumas metrópoles.
Por aqui, o Sindicato dos Taxistas entrou, no início desta tarde, com uma ação na Justiça para tentar barrar a atuação do Uber. Conforme o advogado do Sindicato, Cleber Nascimento, existe uma lei municipal que proíbe o transporte de passageiros com carros particulares. “Então, a legislação proíbe esse serviço e nós vamos entrar com ação para que a lei seja cumprida e não prejudique os taxistas”.
Avesso ao Uber, Gerson Ferreira, vice-presidente do Sindicato dos Taxistas, prometeu lutar, dentro da lei, para exterminar o serviço recém-chegado. “Nós já estamos nos manifestando dentro da lei. A multinacional invade Aracaju e as coisas não podem ser dessa forma. Eu acredito na justiça do nosso estado. É por isso que estamos entrando já justiça para decretar a ilegalidade. Eles são clandestinos e é uma concorrência desleal. A nossa categoria é centenária e não pode deixar de existir”, disse, exalando ira.
É ilegal?
O chefe da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Nelson Felipe, disse que vai fiscalizar a atuação do serviço em Aracaju que, por não ter autorização municipal, é considerado ilegal. “A fiscalização vai acontecer da mesma forma que acontece com os taxistas clandestinos. A lei diz que é proibido o transporte de passageiros em veículos particulares, mas, neste caso, o serviço é acionado por meio de aplicativo”, explica.
Mesmo assim, se um taxista do Uber for flagrado em atividade, ele será multado em R$1.700 e terá seu veículo retido.
Valores
O custo será composto, a princípio, pelos seguintes parâmetros que são observados em outros Estados: R$ 2 pela chamada; R$ 1,24 por quilômetro rodado e R$ 0,16 por minuto. A cobrança mínima por corrida será de R$ 6, confirmou a empresa norte-americana.
Como funciona
Desde que foi criado, o aplicativo Uber vem causando polêmica. Lançado em 2009 nos Estados Unidos, o app opera em mais de 50 países e busca oferecer um serviço semelhante ao dos táxis, com diferenças nos preços das corridas e no conforto do serviço. No Brasil, funciona em 29 cidades. Em São Paulo, já é legalizado.
Os carros do Uber devem ser, em sua maioria, novos e com ar-condicionado. Além disso, dependendo da categoria do serviço, o valor da tarifa pode ficar mais barato que a bandeira 1, cobrada pelos táxis nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo.
Para utilizar, o usuário deve baixar o aplicativo gratuito em seu smartphone e fazer um cadastro com dados pessoais e informações referentes a um cartão de crédito para cobrança. O sistema, que busca o motorista mais próximo em relação ao ponto de partida, permite ao passageiro estimar o preço da corrida, acompanhar o trajeto pelo celular e, ao final, avaliar a qualidade do atendimento.