Um grupo de 14 alunos dos cursos da área de Engenharia da Universidade Tiradentes (Unit), está se dedicando ao desenvolvimento de aeromodelos movidos a motores de propulsão elétrica. Eles formam a equipe Corvos Aerodesign, um projeto de extensão criado em 2022 para atividades de planejamento e construção de protótipos utilizados em competições temáticas de aerodesign e aeromodelismo. Ao longo deste ano, os estudantes orientados pelo professor Márcio Lindenberg, do curso de Engenharia Mecânica, vem realizando uma série de estudos, experimentos e treinamentos, com a meta de participar destas competições a partir de 2025.
Uma das principais é a competição SAE Brasil Aerodesign, promovida pela Sociedade de Engenheiros Automobilísticos Brasil (SAE Brasil), e da qual a Corvos chegou a participar do Torneio de Acesso em 2023. Nelas, alunos de Engenharias e outros cursos correlatos formam equipes e se envolvem com um caso real de desenvolvimento de um projeto aeronáutico, desde sua a concepção, projeto detalhado, construção e testes, envolvendo profissionais do meio aeronáutico, estudantes brasileiros e a indústria aeronáutica.
“O nosso objetivo para 2024 é desenvolver e construir o nosso novo aeromodelo assim como treinar a equipe com habilidades teóricas e práticas para participar da competição do próximo ano. Pretendemos obter boas experiências com trabalho em equipe, aplicando os conhecimentos na prática e exercitando a gestão de projetos e diversas características que são importantes para o mercado de trabalho”, afirma o capitão da equipe, Levy de Santana e Silva, estudante de Engenharia Mecânica da Unit.
Ele explica que o modelo utilizado no torneio do ano passado, um monoplano de 2,3 metros de envergadura movido por motor a combustão, está sendo reformulado e adaptado para o motor elétrico, para atender ao novo padrão determinado a partir deste ano. “Agora, todos os aeromodelos da competição SAE Aerodesign terão obrigatoriamente motor elétrico. Nosso papel esse ano é adaptar o nosso projeto realizado em 2023 para a propulsão elétrica e realizar a construção e teste do modelo”, detalha Levy, acrescentando que já foram realizados, entre outras etapas, o projeto completo e desenho técnico do modelo em 2D e 3D, envolvendo dimensões, cargas, controle e envelope de voo.
Dentro dessas atividades, a equipe utilizou uma planilha para a organização de cálculos e medidas, e softwares de aerodinâmica essenciais para definir o formato da asa do aeromodelo, bem como o programa Solidworks para a criação da planta baixa do modelo, com as dimensões e outros a partir do desenho tridimensional previamente realizado. “Esses resultados nos fazem entender um pouco mais como funciona uma das indústrias mais complexas que é a aeronáutica, podendo ser entendida como um dos limites da engenharia”, destaca o capitão da Corvos.
A equipe do projeto Corvos, além do capitão (líder), do vice-capitão e do professor-orientador, tem seus componentes divididos pelos setores de Aerodinâmica, Desempenho, Controle e Estabilidade, Cargas, Projeto e Desenvolvimento e Projeto Elétrico. Ela surgiu a partir do encerramento de outra equipe formada nas Engenharias da Unit: a Cabuto, formada em 2017 e que se desfez em 2022. O nome é uma referência ao corvo, uma ave de origem asiática que, na mitologia nórdica, era enviada e orientada pelo deus Odin para viajar pelo mundo e colher informações sobre guerras a serem travadas e outros acontecimentos. O pássaro, presente em todos os continentes temperados e ilhas, é interpretado em algumas culturas como um sinal de mau agouro, mas em outras, como um fiel mensageiro.
Fonte: Asscom/Unit
