ARACAJU/SE, 18 de maio de 2024 , 10:00:28

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Estudantes brasileiros rejeitam FIES como forma de financiamento para ingressar no ensino superior, aponta pesquisa

 

 

Segundo pesquisa realizada pela Somos Young, um dos maiores conglomerados de relacionamento, captação, cobrança e crédito para a educação no Brasil, estudantes brasileiros que buscam ingressar no ensino superior em instituições de qualidade e credibilidade elevadas, devem enfrentar diversos obstáculos, dentre eles, a disponibilidade de vagas, altas mensalidades e concorrência em programas de financiamento estudantil.

 

A pesquisa ouviu 35 mil estudantes nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. 48,4% com idades entre 18 e 24 anos e 35% acima dos 30 anos de idade, sendo 67,1% dos entrevistados egressos do ensino médio em escolas públicas e 32,9% de particulares. Os dados foram coletados entre os meses de novembro e dezembro de 2023.

 

A maioria dos entrevistados pretende ingressar no ensino superior já no primeiro semestre de 2024, sendo que os 57,9% somados aos que declararam o desejo de ingressar em qualquer momento chegam a 80%, o que reflete o interesse do estudante em cursar a graduação de forma imediata. Apenas 4,2% dos entrevistados desistiram de ingressar.

 

Para Rodrigo Bouyer, avaliador do INEP e sócio da Somos Young, “o brasileiro tem interesse em ingressar agora em uma instituição de ensino o que mostra que o mercado está potencialmente aquecido. Porém, a decisão de qual instituição cursar ainda está indefinida para 1/3 do público, o que reflete uma excelente oportunidade para captação de alunos”.

 

O levantamento ainda apontou que, hoje, o maior desafio do estudante universitário é o pagamento das mensalidades nas instituições de qualidade, tradicionalmente mais elevadas que as médias nacionais. Segundo base da pesquisa, 38,5% dos entrevistados aceitariam o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) se tivesse vaga disponível e 31% aceitariam apenas se alcançassem um elevado percentual de financiamento. Contudo, entre os que não aceitariam de forma alguma o Fies, somados aos que preferem outras formas de parcelamento, temos mais de 30% dos entrevistados, o que reflete uma percepção cada vez mais negativa do programa governamental, bastante superior àquela percebida em anos anteriores.

 

Bouyer explica “Após sucessivas mudanças nas regras do Fies desde o ano de 2015, a população entendeu que este programa, infelizmente, não é mais um programa de acesso, mas um programa de restrição, com regramento muito rígido, burocracia para contratação incompatível com a tecnologia de hoje, contrapartidas muito elevadas, e severa indisponibilidade de novas vagas. Se em 2015 praticamente todos os estudantes gostariam de contratar o Fies, hoje o olhar é de extrema desconfiança.”

 

Vale ressaltar que 67,5% dos interessados em estudar em instituições de grande credibilidade, preferem cursos presenciais, 24% optam pelo híbrido e 8,5% pelo ensino a distância (EAD). Este percentual acompanha a percepção de qualidade que estas modalidades provocam no público mais exigente de uma formação superior com reputação ilibada. No ensino presencial, o percentual de trabalhadores é muito próximo ao de estudantes oriundos de escolas públicas e deixa clara a necessidade de cursos voltados para o turno noturno e ao atendimento das expectativas deste perfil de estudante, em média 66%.

 

Sobre a escolha por uma instituição de ensino, 64,6% já se decidiram, contudo, o número não necessariamente se refletirá na conversão de matrículas, em função de limitações financeiras e falta de subsídios federais para este fim. Ainda, a pesquisa revela que 3 em cada 10 estudantes ainda não sabem onde desejam ingressar. Os critérios de maior atração destes estudantes para a realização da escolha pela instituição de ensino na qual confiar a sua formação superior, são: Credibilidade (56,1%), mensalidades acessíveis (24,5%), localização (7,9%) e fácil acesso a transporte (5,5%), são os principais motivos de escolha.

 

 

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