ARACAJU/SE, 4 de maio de 2024 , 1:59:27

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Brasil teve aumento de quase 50% de idosos em universidades entre 2015 e 2019

Segundo dados do Censo de Educação Superior de 2019, do Ministério da Educação, 27 mil idosos fazem cursos universitários hoje no Brasil – a expectativa é de que o fenômeno tenha crescido ainda mais com a pandemia. De 2015 a 2019, o total de idosos em universidades cresceu 48%. Como parâmetro, a alta de ingresso de alunos com menos de 59 anos foi de apenas 7% no mesmo período.

 

Elisabete Logatto finalmente pôde, aos 62 anos, concretizar o projeto de vida que traçou lá na juventude: fazer faculdade. A jovem senhora, divorciada e já com os três filhos criados, se dedica inteiramente às aulas de História. No 5º período da Universidade Estácio de Sá, em Madureira, na Zona Norte do Rio, ela divide com colegas mais jovens os desafios do ensino superior, mas com a experiência e o tempo a seu favor.

– Meus colegas trabalham e eu tenho todo o tempo. Então faço os trabalhos de grupo e coloco o nome deles. O que me custa? — diz Elisabete, com a tranquilidade de domina o campus e, ao mesmo tempo, realiza um sono.

Um sonho já ao alcance de milhares. Hoje, 27 mil idosos fazem cursos universitários no Brasil, segundo dados do Censo de Educação Superior de 2019, o mais recente disponibilizado pelo Ministério da Educação. Mesmo sem estatísticas atuais, a expectativa é de que o fenômeno tenha crescido com a pandemia. Desde 2015 a 2019, o total de idosos em universidades cresceu 48%. No mesmo período, a alta de ingresso de alunos com menos de 59 anos foi de apenas 7%. No ensino a distância, também houve um salto.

O jornalista Boris Casoy é mais um que decidiu ocupar suas tardes com uma nova formação: medicina veterinária.

 O semestre começou há um mês e estou achando mais difícil do que imaginava. Estou penando em alguma matérias! Já fiz o secundário (atual ensino médio) há muitos anos e estou tendo dificuldade em química, por exemplo, na parte celular — conta Casoy, que concilia os estudos com um programa jornalístico diário em seu canal de YouTube.

Formados, esses estudantes mais velhos focam no que é prioritário, o que muitas vezes, não é ter dinheiro, de acordo com a antropóloga Mirian Goldenberg, que acompanha esta nova geração de idosos:

— Essas pessoas, quando envelhecem, começam a estudar pensando nesse propósito, nesse projeto. Algo que estava sublimado porque precisavam ganhar a vida e reaparece quando se aposentam.

Fonte: O Globo

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