Da redação, AJN1
Nesta sexta-feira (21), é celebrado o Dia Nacional da Árvore. O Brasil é detentor da maior biodiversidade de árvores do planeta, com cerca de 14% das mais de 60 mil espécies e o processo de desmatamento é crescente. Em Sergipe, restam apenas 13% de cobertura florestal, dividido entre caatinga (6,2%) e mata atlântica (6,8%). Isto é, o Estado é praticamente “careca” e candidato à desertificação.
Base para a preservação da biodiversidade, dando equilíbrio aos ecossistemas, as florestas estão relacionadas à manutenção de mananciais e ao abastecimento de água, necessárias à agricultura, indústria e ao consumo humano e desempenham papel fundamental na manutenção das temperaturas.
O desflorestamento, o uso intensivo de terras para a agricultura, a pecuária, a retirada de lenha para fins energéticos e de mineração estão entre os fatores que originaram o processo de desertificação sergipana.
De acordo com o engenheiro florestal e superintendente de Biodiversidade e Floresta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Elísio Marinho, ao desmatar, os solos ficam completamente expostos a todas as intempéries. “Além do desmatamento, a irregularidade das chuvas contribui para que a degradação seja ainda mais acentuada em algumas regiões”.
Ainda de acordo com Elísio, 28 municípios do semiárido estão em condições iminentes de desertificação. Elísio conta que o governo de Sergipe está ciente da gravidade dessa problemática e já vem executando, por meio da Semarh e Ministério do Meio Ambiente (MMA), ações de combate à desertificação. Em articulação com o MMA, elaborou o Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE Sergipe).
Além disso, entre todos os Estado do Nordeste, Sergipe é o primeiro a colocar as ações das Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas (Urads) em prática. Segundo o projeto Urad, as unidades devem ser implantadas em microbacias hidrográficas, com a participação direta das comunidades.
BIOMAS
O Brasil tem seis biomas: Caatinga, Pampa, Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Nos três últimos, a medição dos índices de desmatamento é mais estruturada e ocorre há mais de dez anos.
Na avaliação do diretor de florestas e combate ao desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Jair Schmidt, além de criar obstáculos ao desmatamento um desafio é recuperar a vegetação nativa. Em 2017, foi aprovado um plano nacional com ações nesse sentido. Foi estabelecida a meta de recuperar 12 milhões de hectares até 2030.
“Não basta conter o desmatamento, temos que recuperar o que foi desmatado. É um desafio grande, mas necessário, para que o Brasil contribua na redução do aquecimento global, mantenha a biodiversidade e ajude para evitar problemas críticos de abastecimento e secas”, comentou.