ARACAJU/SE, 7 de maio de 2024 , 21:01:28

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Dono de hípica em Aracaju diz que procura aumentou bastante

Por Anderson Araújo e Cláudia Lemos

Localizada na Rodovia dos Náufragos, na zona de expansão de Aracaju, o Centro Hípico Atlântico surpreende a todos que lá chegam pela beleza e estrutura do local. O empreendimento é fruto do sonho do hoje médico veterinário, empresário e cavaleiro Yuri Conde Garcia. Ainda criança se apaixonou por cavalos e da necessidade de ter um local para manter seu animal e praticar a equitação, a família adquiriu o terreno, dando o primeiro passo para a hípica, que está completando 20 anos de existência. O empreendimento é uma referência no tratamento médico de cavalos, treinamento, doma, aulas de equitação, passeios e competições na área. Nessa entrevista Yuri conta a história da hípica, fala sobre sua paixão por cavalos, detalha toda a estrutura da hípica e dos últimos investimentos realizados no espaço. Com satisfação diz que após o período de fechamento imposto pela pandemia, viu o número de frequentadores aumentar bastante, uma vez que agora as pessoas estão procurando lugares abertos, arejados, individualizados, que tenham modalidades esportivas que não precisem de contato com outras pessoas, como a equitação. “A natureza tem se saído vendedora nessa questão. Vimos a importância de cultivar a natureza”, diz. Quer saber mais, confira a entrevista a seguir:

Correio de Sergipe – O Centro Hípico Atlântico hoje é uma referência em Sergipe no que diz respeito aos equinos. Fale um pouco sobre a história do mesmo. Como surgiu, quanto tempo tem de atividade, enfim, o que motivou sua criação?

Yuri Conde – O Centro Hípico Atlântico surgiu, na verdade, através de um sonho. Eu montava na Sociedade Hípica de Sergipe, que ficava no Parque da Cidade, no Bairro Industrial, que foi transformada numa Unidade Militar. Com isso, os civis não puderam mais montar lá e ficamos sem ter onde fazer nossas atividades com cavalos. Nesta época, eu deveria ter, sei lá, meus 10 ou 11 anos de idade. Então, pegamos nossos animais, pois estávamos competindo bastante na Região Nordeste, e levamos os cavalos para Maceió (AL), mas ficava inviável para todo final de semana treinarmos. Por isso, meu pai adquiriu um terreno aqui no Robalo, Zona de Expansão de Aracaju, onde iniciamos a hípica em 2001. Então esse ano a gente faz 20 anos. Surgiu na verdade como um sonho e as coisas foram acontecendo. Acho que na verdade meu pai acreditava que era apenas só brincadeira, por um tempo, mas para mim se transformou numa profissão. E aos 17 anos me profissionalizei como cavaleiro, instrutor de equitação e também ingressei na Faculdade de Medicina Veterinária, onde me formei em 2012. Hoje em dia faço praticamente tudo na hípica. Faço a parte de instrução e hipismo, cavaleiro profissional e a parte veterinária com especialidade em equinos.

CS – Como a formação de médico veterinário ajudou em sua carreira?

YC – Aqui em Sergipe, a gente sempre precisou, eu particularmente, de veterinários. Essa questão de saúde dos cavalos é uma segmentação pequena. Então, como já tinha a hípica e gostava de cavalos, além de meu pai que sempre me orientava na formação acadêmica também, e como minha família é da área médica, eu ingressei na medicina veterinária porque tem tudo a ver. É a medicina que corre nas veias e os cavalos são a minha grande paixão. Então essa formação me auxilia bastante na forma de ter conhecimento e atender aos meus cavalos. Para mim foi bom para ter uma segurança do manejo sanitário, clínico, medicina desportiva.

CS – Quais os serviços que a hípica oferece atualmente?

YC – Hoje a gente tem a Escola de Equitação que é nosso carro-chefe, com alunos a partir dos três anos de idade, sem limites de faixa etária. As aulas podem ocorrer uma vez por semana ou duas, a gente oferece também, o serviço de hotel para cavalos que aqui ficam e recebem o manejo correto na parte sanitária e veterinária, bem como, esportiva. Depois que a pessoa passa pela escola ela adquire seu cavalo e a gente faz a comercialização dos mesmos para unir o útil ao agradável, ou seja, o animal certo para a pessoa certa. Formamos e domamos os animais para o salto, modalidade hípica, fazemos formação do cavalo e também viajamos para as competições com todo porte de organização da viagem, transporte, etc. E temos clínica, mas teve uma época que atendíamos os cavalos de fora, no entanto, agora estamos tendo uma transição com esses veterinários que me auxiliam. Em breve, estaremos oferecendo auxílio veterinário para pessoas de fora. Estamos também fazendo o aluguel da hípica para eventos, pois é um espaço, um lugar bacana, bonito, dentro de Aracaju com estacionamento, área verde, um ambiente diferente, justamente agora nesta época de pandemia quando as pessoas querem fazer eventos seguindo as normas e protocolos sanitários. Alugamos bastante também para casamentos, festas de aniversário, confraternização de final de ano. É mais um setor de serviços que ofertamos.

CS – Quantos cavalos a hípica dispões e quantos disponibiliza para os frequentadores e alunos?

YC – Hoje contamos com 50 cavalos, e uma média de 51 por baias. A ideia é crescer um pouco mais. Só estamos aguardando esse período de pandemia passar para podermos divulgar mais nossos serviços. Mas um de nossos serviços é a equitação, um esporte feito de forma individual em lugar aberto e sempre seguindo as normas de precauções quanto a segurança física, sanitárias e de integridade do praticante, cavaleiro ou amazona. Então, dos 50 animais, sete são da escola, dois próprios e mais alguns que faço sociedade com investidores para que possamos comercializar esses cavalos. Os outros, são cavalos de alunos que começaram na nossa escola e hoje e têm seu próprio animal.

 CS – Quem pode frequentar a escola?

YC – Qualquer pessoa. Não paga taxa para visitar a hípica que fica aqui na Rodovia dos Náufragos, 7.617, no Bairro Aruana, Zona de Expansão. Ela está aberta no horário comercial, manhã e tarde, de terça a domingo, e nos sábados e domingos das 8h ao meio-dia. Qualquer pessoa pode frequentar e acompanhar as atividades de equitação ou esporte e fazer aula experimental avulsa.

CS – A hípica também promove torneios e campeonatos. Como funciona esse serviço?

YC – Nós temos uma competição, o circuito das Estrelas que é um torneio. É como se fosse um Campeonato Sergipano de Hípismo, pois fazemos parte da Federação Hípica de Sergipe e somos federados da Confederação Brasileira de Hípismo (CBH). Desta forma, trabalhamos realizando torneios internos. Agora mesmo, em setembro deste ano, está prevista a realização de uma das Etapas do Campeonato Norte-Nordeste da Modalidade, que é uma prova nacional, apesar de computar pontos para o circuito regional. Então, vem por aí competições fortes, regionais. É um marco no calendário. Fizemos uma só vez aqui na hípica, que foi em 2015, e agora, voltaremos a sediar novamente.

CS – Vocês recebem também, cavalos de fora para cuidar. Como funciona esse serviço?

YC – É um serviço de hospedagem, que a gente chama de estabulagem. O que é isso? Disponibilizamos um pacote completo e o dono do animal não se preocupa absolutamente com nada. Paga apenas o valor dos diversos pacotes de serviços que oferecemos. A partir de então, cuidamos do animal do cliente dentro daquilo que ele quer, da melhor forma possível. Hoje, inclusive, cuidamos mais de cavalos de saltos, mas antes os cuidados eram com equinos externos – de saltos ou não – mas como como hoje a procura é grande e a quantidade de baias não atende a toda demanda, pois quase estão esgotadas as vagas, então, a gente tá optando mais pelos animais de salto, porém, abrigamos alguns cavalos de passeio na praia ou se a pessoa quer que o filho monte seu próprio cavalo mesmo que não seja de hipismo mas apenas para passear na pista em um ambiente agradável, a gente oferece  esse serviço. É só vir aqui para conferir os valores e aí vai depender do que a pessoa quer no pacote.

CS – E qual o contato para obter essas informações?

YC – Bom, o número do telefone é 079 9.9810-9537. Mas normalmente, a gente trabalha através do WhatsApp por meio de mensagens e áudios. Ligações a gente quase não atende. Por isso, os interessados mantenham o contato pelo WhatsApp para que  possamos passar as informações por escrito e explicar da melhor forma.

CS – A pandemia atingiu de forma negativa diversos setores da economia em Sergipe, no Brasil e no Mundo. A hípica também passou por essa crise?

YC – Sim. Tivemos que fechar as portas por conta dos decretos governamentais (Prefeitura e Estado). Foram de cinco a seis meses sem atividades. Sem dúvida nenhuma, o carro-chefe da hípica, a Escola de Equitação, foi a mais afetada e tivemos grandes perdas, porém para nossa surpresa, após a liberação da volta das atividades de alguns setores da economia, a exemplo do comércio, recebemos o maior número de alunos que já tivemos até hoje, justamente, porque as pessoas agora querem e procuram lugares abertos e bastante arejados, individuais, que tenham modalidades esportivas que não precisem de contatos com outras pessoas, como equitação, e a natureza tem se saído vendedora nessa questão, ganhando força e com a pandemia, vimos a importância de cultivar a natureza. Então, a pandemia causos esses prejuízos em cinco a seis meses, onde passamos as atividades e serviços de 100% para 20% na época na quantidade de investimentos, manutenção das mensalidades. Mas muitos alunos nos ajudaram mantendo as mensalidades e agora após a volta restrita das atividades estamos pagando o que alguns deles fizeram para a continuidade dos serviços não serem afetados ainda mais. Mantivemos a hípica funcionando o que custa muito caro em relação a um cavalo e outras despesas. Então, afetou de forma negativa num primeiro momento, mas hoje a situação é positiva, pois temos uma quantidade de alunos que não tínhamos antes e isso não só em Sergipe, mas em todo o Brasil, que sentiu essa mudança pós pandemia.

CS – Foram feitas uma série de reformas muito importantes aqui na hípica. Quais você destacaria?

YC – Uma delas é a Clínica Equestre de Aracaju, um hospital especializado em equinos, o segundo do Estado de Sergipe, pois só tínhamos uma clínica dessa natureza na Faculdade Pio X. Hoje oferecemos aqui, clínica especializada só em cavalos, com qualquer tipo de cirurgia. Outra reforma importante foi a realização de um sonho: uma pista coberta. Isto porque, antes só tínhamos muitos problemas com o sol intenso, muito quente para os alunos, e na época, no inverno, muita chuva, assim, tínhamos que cancelar as aulas porque as pistas ficavam alagadas e se tornavam muito perigosas. Hoje, faça sol ou chuva, temos pistas cobertas que dão condições de ministrar aulas normalmente, e consequentemente, o bem-estar dos alunos e clientes, cavalos, porque sabemos que o calor aqui em Aracaju é muito forte. Essas foram as reformas mais significantes e a gente não vai parar. Vamos continuar investindo e construindo mais, melhorando a parte social tembém, para que possamos receber da melhor forma possível os clientes. Uma outra reforma muito importantes que fizemos foi na iluminação nas pistas. Não tínhamos aulas à noite. Hoje temos aulas, eventos, campeonatos e possibilidade de alugarmos à noite para eventos, festas, confraternização.

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