ARACAJU/SE, 26 de abril de 2024 , 21:14:52

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Há 67 dias em greve, médicos protestam em frente à sede da Prefeitura de Aracaju

Da redação, AJN1

Em greve há 67 dias, os médicos lotados na Prefeitura de Aracaju protestaram na manhã desta segunda-feira (24), em frente à sede do Centro Administrativo, situada no Conjunto Costa e Silva, com o objetivo de abrir um canal de diálogo com o prefeito Edvaldo Nogueira e encerrar a paralisação. A categoria cobra reajuste salarial, implantação de uma tabela única para todos os servidores e a revogação do decreto da pejotização.

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), João Augusto, a classe abriu mão das suas reivindicações para receber um percentual de reajuste menor, de 2,94%, com apenas a inflação a partir de outubro 2018 e a implantação da Tabela Única a partir de 2019.

Durante a manifestação, a categoria foi recebida por uma comissão formada por emissários das Secretarias de Saúde e de Planejamento, mas não ouve avanços. “Não teve reunião, teve um grande desrespeito por parte deles. Quando a gente entrou, o secretário de Planejamento sentou na cadeira e foi bastante desrespeitoso. A primeira coisa que ele disse foi: ‘Pronto, somos todos ouvidos’, como se a gente estivesse no primeiro dia de greve pra falar os pleitos do movimento. Depois que ele falou isso, eu disse: Bem, a gente que quer ouvir as contrapropostas de vocês, já lançamos as propostas, já fomos para a Justiça e vocês é quem tem de falar para que a gente leve para a categoria. Não teve diálogo”.

Ainda segundo João Augusto, em nenhum momento, nesses 67 dias de greve, houve algum contato da Prefeitura com os médicos. “Hoje foi a primeira vez, depois de muita insistência nossa. Nenhum contato olho no olho com o prefeito”.

Corte de ponto

Diante da greve, o ponto dos médicos vem sendo cortado. “Já vamos para o terceiro mês com corte do ponto, já estão executando e já sabemos que vão cortar essa semana. O corte é ilegal e já entramos na Justiça para reaver esse dinheiro, porque a Justiça diz que a greve é legal”, conclui João Augusto.

Amanhã, 25, os médicos voltam a se reunir em Assembleia, às 14h, para dar os novos rumos ao movimento grevista.

Greve legal

No último dia 10, o  desembargador Diógenes Barreto, do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE), indeferiu a ação movida pela Prefeitura de Aracaju, a qual pedia a ilegalidade da greve dos médicos. “Considerando o cumprimento dos requisitos legais, concluo pela inexistência de abusividade da greve deflagrada pelos servidores públicos médicos do Município de Aracaju. Indefiro o pedido de antecipação dos efeitos da tutela”, diz um trecho da sentença do magistrado.

Atendimento

Com a paralisação em vigor, cerca de 500 médicos deixaram de atender à população nos 43 postos de saúde e nos Centros de Especialidades Médicas Augusto Franco e Siqueira Campos; já as UPAs Nestor Piva e Fernando Franco todo o efetivo permanecem funcionando em sua totalidade.

O que diz a PMA

A secretária de Saúde, Waneska Barbosa, voltar a afirmar que a PMA não tem condições de conceder o reajuste. “Já recebemos a categoria várias vezes durante o ano, enquanto comissão que foi delegada pelo prefeito, que é uma comissão de negociação. Infelizmente, o que satisfaz a categoria é ouvir da prefeitura a concessão de algum reajuste, porém, como já viemos falando desde o início, depois que fechamos o quadrimestre e fizemos todo o estudo de perspectivas até o final do ano chegamos à conclusão de que o município não tem condições financeiras este ano de conceder reajuste a nenhuma categoria”.

Waneska também confirmou que está cortando o ponto dos médicos grevistas.  “Até porque o próprio Tribunal Superior Federal já se manifestou de que só existe a possibilidade de haver corte de ponto se houver uma greve por ilegalidade da administração. Ou seja, se estivéssemos sem pagar os salários e por isso eles entrassem em greve. Como não é o caso, e por respeito à população, estamos cortando os pontos das pessoas que não estão trabalhando, porque entendemos que quem está sofrendo com isso é a população que está sem assistência”.

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