Da redação, AJN1
O Instituto de Criminalística da Secretaria da Segurança Pública e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea) divulgaram os resultados dos laudos sobre o desabamento de peça metálica que matou uma jovem de 21 anos e feriu outro rapaz em um shopping localizado bairro Jardins, no último dia 3 de junho.
Os dois estudos concluíram alto grau de oxidação e corrosão do objeto. Os laudos foram apresentados em coletiva ocorrida na manhã desta terça-feira (26), na sede do Crea.
O diretor do Instituto de Criminalística, Nestor Joaquim, informou que as duas peças, que se desprenderam do totem publicitário, localizado na parte externa do shopping, tinham 225 kg, o que na altura de quase 31 metros, corresponderam a uma colisão de quase 90km/h.
O diretor do Crea, Arício Rezende, foi categórico ao afirmar que uma possível falta de manutenção na peça, ao longo dos anos, ocasionou a queda. "Uma comissão foi montada para fornecer um laudo consistente, por isso os procedimentos duraram 45 dias. A peça não foi devidamente soldada à estrutura e a maresia foi desgastando o objeto, culminando na queda. Analisamos os documentos apresentados pelo estabelecimento comercial, mas não encontramos a conformidade que atestava a estrutura", afirma ele, ao completar que o objeto tem cerca de 20 anos de existência.
Homicídio Culposo
O delegado responsável pela 1ª Delegacia Metropolitana, Everton Santos, disse que o gerente de segurança do shopping, Saulo Melo Tavares, e o superintendente do Condomínio Shopping Jardins, Jair Cesar Ramos de Lima, foram indiciados por homicídio culposo e lesão corporal culposa.
"Um relatório produzido pela empresa Interbrasil em 2012, já havia atentado os gestores para a falta de manutenção na estrutura, em vistoria que é realizada a cada cinco anos para a liberação do Habite-se. Apesar de terem sido encontrados documentos em que foi recebido um orçamento de R$ 49.000,00 para correção da falha, os responsáveis não acreditaram que a fatalidade ocorresse", esclarece.
Ainda segundo o delegado, as vítimas nem tiveram tempo de correr, já que entre o estalo da peça até ela alcançar o chão foram cerca de dois segundos.