ARACAJU/SE, 24 de abril de 2024 , 19:58:22

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A produção de leite em Sergipe

Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que Sergipe é o 6° produtor nacional de leite por vaca. Este é uma informação relevante para o setor rural sergipano, que no aspecto da pecuária leiteira conseguiu ter bons resultados das de políticas públicas implementadas nos territórios sergipanos vocacionados para referida atividade.

Neste sentido, os aspectos tecnológicos desenvolvidos no estado de Sergipe protagonizaram a evolução da bacia leiteira estadual. Ações como a ampliação da inseminação artificial, o melhoramento genético dos rebanhos, e o consequente aumento da produtividade, junto com outras tecnologias, colocaram o estado nos melhores patamares produtivos da atividade.

O desenvolvimento da produção de leite contribuiu para que o município de Nossa Senhora da Glória se transformasse em um dos mais prósperos do semi-árido sergipano, pois é o maior produtor de leite da região e também abrigar grande, médios e pequenos laticínios que integram a atividade, Nossa Senhora da Glória transformou-se na capital do Noroeste sergipano. Também do ponto de vista dos produtores, a região no entorno do município abriga uma grande quantidade de pequenos produtores, e também médios e grandes produtores de leite. Registre-se que a Assembleia Legislativa de Sergipe aprovou em 2020, a Lei no 8.715, que concede o título de Capital Estadual do Leite, ao município de Nossa Senhora da Glória, sendo um reconhecimento da importância da bacia leiteira do município e região.

A produção dos derivados de leite, especialmente o queijo, foi fundamental para o desenvolvimento local com geração de emprego e renda para a Região. O grande desafio ainda está nos quesitos sanitários e no aperfeiçoamento do processo de integração da cadeia agroindustrial. Vale resgatar os aspectos teóricos da cadeia produtiva do leite, da produção na base produtiva de pequenos pecuaristas, passando por postos de refrigeração, a indústria de laticínios, o atacado, o varejo e o consumidor final, ressaltando-se que nos quesitos de produção, existem outras atividades industriais integradores e que podem ser implantadas em Sergipe, a exemplo dos insumos como a indústria de medicamentos, o varejo de medicamentos, a indústria de rações e o varejo de rações.
Do ponto de vista quantitativo, as estatísticas do IBGE, apresentadas através do Sistema SIDRA (que é um banco de estatísticas do instituto), informam que no 2º trimestre de 2021, a quantidade de leite cru, resfriado ou não, adquirido foi de 75.230 mil litros e todo ele foi industrializado.

O papel dos bancos públicos no financiamento da pecuária leiteira em Sergipe foi fundamental para o desenvolvimento da atividade no estado. As políticas creditícias do Banese e do Banco do Nordeste, ampliaram o rebanho leiteiro e auxiliaram a evolução tecnológica.  No BNB, o programa FNE Agrin (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Agroindústria do Nordeste), tem o objetivo de promover o desenvolvimento agroindustrial por meio da expansão, diversificação e aumento da competitividade das empresas, contribuindo para agregar valor às matérias-primas, e as agroindústrias que integram o setor leiteiro sergipano são beneficiárias do FNE-AGRIN, obtendo financiamentos para a aquisição de bens de capital, gastos com construção para reforma e/ou ampliação de benfeitorias e instalações e aquisição de diversos itens necessários para o desenvolvimento da atividade.

Do lado do produtor rural, o programa de financiamento do BNB, denominado de FNE-Rural (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural do Nordeste), tem o objetivo de promover o desenvolvimento da agropecuária, com fortalecimento, ampliação e modernização, da infraestrutura produtiva dos estabelecimentos agropecuários, bem como a diversificação das atividades dos produtores rurais e, de forma especial, o melhoramento genético dos rebanhos.

Ressalte-se que outras instituições são atuantes no processo do desenvolvimento da pecuária leiteira sergipana, a exemplo da: Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe – Faese que é uma entidade vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), responsável por congregar associações e lideranças políticas e rurais em todo o país, cabe destacar que a missão da Faese é representar, organizar e fortalecer o produtor rural, defender seus direitos e interesses, promovendo o desenvolvimento econômico, social e ambiental no setor agropecuário.

Registro que a Faese irá realizar no início do próximo ano (de 10 a 12 de fevereiro de 2022), no município de Itabaiana, o Sealba AgroShow em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o Senar/Sergipe e a Prefeitura de Itabaiana, além do apoio do Governo do Estado de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Entendo que será um evento para os pecuaristas sergipanos avaliarem as novas tecnologias a serem apresentadas no segmento da pecuária leiteira.

Em termos de ação do Governo de Sergipe, cabe destacar o projeto de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) que está no seu terceiro ano e, conforme informado pela Secretaria Estadual da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, em 2021 tem contribuído com a inseminação de 885 matrizes leiteiras, beneficiando pequenos criadores em 15 municípios sergipanos. Referido projeto dispõe para o pequeno produtor uma tecnologia que promove o aumento da produtividade do rebanho leiteiro e, consequente, aumento de renda para aqueles que não têm condições financeiras de usar esta ferramenta reprodutiva mais avançada. Para a implementação deste projeto neste ano, o Governo está investindo R$ 200.000,00 do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep), gerido pela Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias).

Também cabe ressaltar a ação da Secretaria Estadual da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca, na criação de bancos de sementes para popularizar variedade de palma e gliricídia, visando ampliar o fornecimento de ração animal, com novas alternativas alimentares aos grãos.

Que a produção leiteira de Sergipe continue crescendo com geração de prosperidade para o sertão sergipano.