ARACAJU/SE, 19 de abril de 2024 , 10:24:19

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As dificuldades de sobreviver com um negócio na pandemia

Nesta semana, notícias acerca do fechamento total ou temporário de negócios de serviços de alimentação deixaram muitas pessoas com um tom grave de preocupação. Seis restaurantes ou similares anunciaram que fecharão as portas, o que implica em desemprego num momento crítico que estamos vivendo com a pandemia em crescimento no país inteiro. Restaurantes e bares famosos em Aracaju informaram que suas atividades serão encerradas. Dois deles indicaram que o fechamento é parcial e outros quatro, definitivo. Além disso, uma empresa tradicional no estado, conhecida e querida por todos os sergipanos, pela sua história também está na iminência de fechar as portas, acabando com o negócio de uma vida dedicada à culinária.

As dificuldades do setor de alimentação são latentes, pois manter um negócio de médio ou grande porte somente com o sistema de entrega não mantém por muito tempo a sobrevivência da empresa. Os custos fixos são altos para esse tipo de empreendimento, mesmo com a redução no custo variável, quando se opera com margem de venda de 10 a 20% por cento da sua féria normal, não tem como a conta fechar e os prejuízos corroem as empresas, provocando o fechamento. Um empresário me informou há alguns anos, antevendo que seu famoso restaurante em Aracaju poderia sofrer com a falta de faturamento, que nenhuma empresa de qualquer porte do segmento, suporta mais que oito meses fechada. O que está acontecendo no momento, considerando o fechamento e a necessidade de distanciamento social, provocou uma grande fuga dos consumidores dos serviços de alimentação e isso tem feito com que os empreendedores tomem a decisão mais dura possível, fechar as portas, acabando com sonhos, projetos de toda uma vida e a realidade de muitas famílias dependentes desses negócios.

A pandemia tem provocado um alto índice de desemprego no segmento, com muitos pais e mães de família perdendo seus postos de trabalho, por causa da doença em si. A COVID não está matando pessoas, apenas. O dano colateral é muito grave, pois fechando os negócios, aumenta o desemprego, o que é um problema social muito grave. A doença está matando CPFs e CNPJs em todo o Brasil. Por mais que as medidas apresentadas para conter as dificuldades criadas pela pandemia sejam eficientes, as empresas não estão suportando a queda em seu volume de vendas. Os governos, tanto do estado, quanto federal, estão apresentando medidas que são importantes. Entretanto, a falta de confiança do empresário não reside no tratamento que estão recebendo do poder público, mas da transmissão da doença e da temeridade do público em consumir nesses ambientes.

Por outro lado, pequenos negócios no mesmo ramo de alimentação estão surgindo em vários pontos da cidade. Hamburguerias, empresas de alimentos focadas no atendimento para entregas, entre outros negócios ligados às plataformas digitais de venda. Muitos desses pequenos negócios estão sendo criados por pessoas que perderam seus empregos durante a pandemia e viram na crise uma oportunidade para começar sua atividade. O brasileiro é um povo empreendedor por natureza e está mostrando isso nesse momento de complexidade que assola a todos nós. O axioma ainda tem um resultado difícil de entender, pois os negócios que estão surgindo empregam poucas pessoas, enquanto os que estão fechando demitem um número considerável de trabalhadores.

O que podemos fazer para ajudar a evitar que o desemprego aumente com o fechamento de mais empresas? Devemos estimular a economia sempre que pudermos, incentivar esses negócios fazendo um pedido. Um simples pedido que você fizer, ajudará uma grande quantidade de pessoas, que se sustentam por meio do seu trabalho em toda a cadeia produtiva. Compre do pequeno negócio, ajude a manter o fluxo de abastecimento e produção. Com isso, alimentamos a economia para ajudar a alimentar famílias.