O Banco Central do Brasil divulgou os números mais recentes do setor externo brasileiro. Dentre os principais indicadores, tratarei neste ensaio sobre as reservas internacionais do Brasil.
Do ponto de vista conceitual, conforme definido pelo Banco Central do Brasil, as reservas internacionais são os ativos do Brasil em moeda estrangeira e funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques de natureza externa, tais como crises cambiais e interrupções nos fluxos de capital para o país.
Segundo a autoridade monetária nacional, no caso do Brasil, que adota o regime de câmbio flutuante, esse colchão de segurança ajuda a manter a funcionalidade do mercado de câmbio de forma a atenuar oscilações bruscas da moeda local – o real – perante o dólar, dando maior previsibilidade e segurança para os agentes do mercado.
As reservas internacionais, administradas pelo Banco Central, são compostas principalmente por títulos, depósitos em moedas (dólar, euro, libra esterlina, iene, dólar canadense e dólar australiano), direitos especiais de saque junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), depósitos no Banco de Compensações Internacionais (BIS), ouro, entre outros ativos.
De acordo com o Banco Central, a alocação das reservas internacionais é feita de acordo com o tripé segurança, liquidez e rentabilidade, nessa ordem, sendo a política de investimentos definida pela Diretoria Colegiada do Banco Central.
Registre-se que o montante de reservas internacionais depende de uma série de fatores, como variáveis macroeconômicas internas e externas ao país, além de elementos que impactam os retornos financeiros da carteira dos investimentos das reservas.
Com relação aos indicadores macroeconômicos que influenciam nas reservas internacionais, destacam-se o comportamento das contas da balança comercial brasileira, isto é, exportações e importações, assim como o comportamento da taxa de câmbio dólar/real.
No relatório que foi divulgado em dezembro de 2021, o Banco Central informou que as reservas internacionais somaram US$367,8 bilhões em novembro de 2021, redução de US$155 milhões em comparação a outubro de 2021. O resultado refletiu contribuição negativa de variações por paridades, US$1,2 bilhão, compensada parcialmente pelas contribuições positivas de variações por preços, US$487 milhões, e receita de juros, US$431 milhões.
A tabela adiante apresenta o demonstrativo de variação das reservas internacionais do Brasil de março a novembro de 2021, facilitando o entendimento de sua composição e evolução.
