A crise climática no Rio Grande além de causar destruição e morte em quase todo estado também impactou um setor importante em momentos de catástrofes, o sistema de saúde.
As enchentes já atingiram mais de 110 hospitais, dos quais 17 estão sem atendimento e 75 em atendimento parcial. Em Porto Alegre o sistema hospitalar de Porto Alegre. No interior do estado, cidades como Roca Sales, Sinimbu, Candelária, Estrela e Canoas sofreram os maiores impactos, não somente na estrutura física, mas também, com as vias de acesso interrompidas, são grandes as dificuldades para que cheguem medicamentos, insumos, oxigênio, alimentos e mesmo os trabalhadores.
Os trabalhadores da saúde além da necessidade de sua atividade, essencial para atender feridos e pessoas doentes que foram resgatadas, enfrentam pessoalmente os efeitos das enchentes, muitos perderam suas casas, outros estão sem poder retornar para casa, ou estão preocupados com parentes que estão em áreas de risco. Dramas profissionais e pessoais que se cruzam.
Os atendimentos de urgência e de emergência são prioritários, pois além dos feridos também devem cuidar de doentes internadas, pacientes crônicos, a exemplo dos renais, crianças e adultos em tratamento oncológico, pacientes cardiopatas, imunossuprimidos, idosos, e, o atendimento no campo da saúde mental que é necessário em caso de catástrofes.
O Brasil mostra que, apesar de tudo e de todos os problemas, a solidariedade e a união de todos é bem maior. Voluntários, servidores públicos das forças e segurança, como bombeiros militares, polícia milita, civil e federal, força nacional, médicos e socorristas, cruzaram o país para atender o povo gaúcho.
Doações de água potável, alimentos, roupas e agasalhos, e dinheiro estão sendo entregues por pessoas comuns, organizações sociais como Rotary Internacional e instituições não governamentais mostram a força da sociedade civil organizada. Além claro, das ações dos governos federal, estadual e municipais.
O retorno à normalidade ainda levará muito tempo diante das estradas destruídas, do maior aeroporto do estado, o Salgado Filho em Porto Alegre, pontes e cidades inteiras destruídas.
Infelizmente, o alerta da natureza deve ser levado muito à sério. Lamentável que pessoas exercendo funções públicas, com destaque no Congresso Nacional, passaram e continuam divulgando em redes sociais mentiras quando se trata de aquecimento global e do perigo das queimadas e do desmatamento. Pessoas que, de algum modo, por posição ideológica e visão distorcida da realidade e que negam a ciência, são prejudiciais para que a sociedade mude o comportamento. Caso contrário, estaremos no começo do fim.