ARACAJU/SE, 2 de dezembro de 2024 , 5:38:49

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Ele cuida de nós e nos apascenta

Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Grageru)

 No IV Domingo da Páscoa, sempre a Igreja proclama o capítulo décimo do Evangelho segundo São João, e, por isso, o dia de hoje é conhecido pela alcunha de “Domingo do Bom Pastor”. Se sempre temos o costume de imploramos ao Divino Pastor pastores segundo o Seu Coração (cf. Jr 3,15), hoje, com maior fervor ainda, rezamos pela santificação do Clero e pelo surgimento de novas vocações sacerdotais.

Como sinônimo de Igreja, temos o termo rebanho de Deus. Até mesmo o que em grego é Ecclésia (convocação) exprime a ideia de um povo que se reúne em torno de Alguém, de um Pastor. No Apocalipse de São João, vemos um Pastor-Cordeiro que, imolado, conduz um numeroso rebanho e o sacia: “Porque o Cordeiro, que está no meio do trono, será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água da vida” (Ap 7,17).

Também ali, percebemos que não é somente o Pastor-Cordeiro quem padeceu; também aqueles que estão ao Seu redor passaram por tribulações (cf. Ap 7,14). E isto não é identificado somente pelo testemunho de um dos anciãos que, igualmente, estava diante do trono e que elucidava João, como é verificável pelas indumentárias que aquela multidão incontável portava: “Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão” (Ap 7,9). E, por mais que tivessem enfrentado agruras, saíram vitoriosos, compartilhando da glória Daquele que está no trono, e por Quem, corajosamente, lutaram.

Este é o fiel retrato do rebanho de Cristo, o Bom Pastor. Em Cristo, a Igreja, pelos seus filhos, padecendo as tribulações do tempo presente, que odeia a fé (cf. Jo 15,18), é invicta no poder e na força que lhe concede o seu Deus, Esposo e Pastor. Subjetivamente, como ovelhas obedientes, este deve ser o nosso retrato, porque tudo o que temos (logicamente, com exceção dos pecados) é sucesso da vida eterna doada a nós por Aquele que nos conduz, não nos deixando perder à nossa própria sorte, que, na realidade, é azar, porque não podemos pastorear a nós mesmos. Se somos ovelhas que se caracterizam pela docilidade, pela obediência à voz do Pastor (porque, no reino animalia, a audição aguçada em detrimento dos outros sentidos é característica marcante das ovelhas) não nos perderemos, pois, como garantiu-nos o Senhor: “[…] elas [as ovelhas] jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão” (Jo 7,28), de maneira que podemos indagar como São Paulo, escrevendo aos romanos: “nada será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,39).

Nunca nos esqueçamos: Aquele que tudo deu de Si, imolando-Se, não desperdicará nenhum daqueles que conquistou com o alto preço que pagou, defendendo-nos (cf. Jo 17,12), pois não desdenhará o Seu próprio Sacrifício Redentor. E por mais que nos advenham sofrimentos, agruras e provações de diversas ordens, em relação aos que pertencem e se rejubilam por pertencerem ao Seu rebanho: “[…] aquele que está sentado no trono os abrigará na sua tenda. Nunca mais terão fome, nem sede. Nem os molestará o sol, nem algum calor ardente” (Ap 7,15-16).

Por isso e muito mais, louvado seja Jesus Cristo, o Bom Pastor, por Seu providente cuidado para conosco!