ARACAJU/SE, 25 de abril de 2024 , 7:08:08

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Janeiro branco

A saúde mental tem sido uma grande preocupação da Organização Mundial da Saúde – OMS e de muitas outras organizações de saúde, e o mês de janeiro foi escolhido para chamar a atenção de todos para um problema de saúde pública que se agrava a cada ano.

Os dados estatísticos só fazem crescer com relação às doenças e transtornos mentais, sejam eles decorrentes de problemas fisiológicos, genéticos ou ambientais. Nunca se viu tantos diagnósticos de crianças neurodivergentes, uma leve expressão para designar o aumento de portadores de diversos transtornos mentais e psiquiátricos.

Pode ser que diante da publicidade dessas doenças e transtornos as pessoas se preocupem e busquem a confirmação diagnóstica, e um dos grandes alertas é para a ETA – Espectro do Transtorno Autistas, mas já estamos encontrando casos de crianças portadoras de esquizofrenia, ansiedade generalizada e TDH – Transtorno de Déficit de Atenção.

Entre os adultos os diagnósticos têm a predominância da depressão, da esquizofrenia, da bipolaridade e da ansiedade generalizada.

A saúde mental impacta diretamente não somente a questão da economia com o afastamento das  pessoas do trabalho, mas afetam a dignidade delas, sobrecarregam o serviço de saúde pública, afetam as famílias e também o sistema de justiça em razão do aumento de ações decorrentes do estado das pessoas, como as curatelas, internações compulsórias, entre outras.

Os Estados e Municípios dedicam para a saúde mental poucos recursos e a falta de equipamentos médicos e de assistência provocam um aumento de ações no judiciário para obrigar o poder público garantir o atendimento dessas pessoas portadoras de doenças e transtornos mentais nas varas e juizados especiais da fazenda pública.

O problema é que além de congestionar a justiça com processos que nem deveriam existir, a deficiência dos serviços públicos na área da saúde mental também cria uma distorção do ponto de vista do planejamento e orçamentário à medida que o judiciário não pode deixar de dar uma resposta efetiva aos direitos dessas pessoas.

A visibilidade desses problemas é resultado também do reconhecimento dos direitos dos portadores de transtornos mentais e de outras deficiências graças à Constituição Federal de 1988 que deu voz e identidade a estas pessoas, antes invisíveis para a sociedade e para a própria família.

Por todas essas razões é que o mês de janeiro deve servir ao menos de um tempo de reflexões sobre um tema grave e presente em nosso dia a dia, a saúde mental. Especialmente quando as novas tecnologias tem nos levado, na maioria das vezes a esquecermos da nossa humanidade.