ARACAJU/SE, 16 de abril de 2024 , 20:42:32

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Maria, a Virgem Gloriosa

Anualmente, em quinze de agosto, quando no Hemisfério Norte do Planeta é verão, justamente no cerne daquela estação, toda a Igreja celebra com fé a mais anosa de todas as festas marianas: a Solenidade da Assunção da Beatíssima Virgem Maria, como um convite magnânimo para, com Maria, elevarmo-nos para o céu, para “onde – no dizer do Papa Bento XVI – se respira o ar puro da vida sobrenatural e se contempla a beleza mais autêntica, a da santidade” (Homilia de 15 de agosto de 2008). A Assunção de Maria é, portanto, o quarto dogma mariano da Santa Igreja Católica. E, se é a mais antiga festa dedicada à Virgem enquanto comemoração, é o dogma mais recente dentre os solenemente proclamados, o que em nada diminui a sua certeza. Muito pelo contrário! Esta proclamação definitiva teve lugar no pontificado do Papa Pio XII, em 1º de novembro de 1950: “Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à Virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta Mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a Nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à Glória Celestial” (Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”, 44).
Em todas as missas, ouvimos o imperativo “Corações ao Alto!” por parte da Santa Igreja. Assim, se a cada momento somos invitados a elevar os nossos corações, tendo como expectativa as realidades celestes, ao contemplarmos a Virgem Maria conduzida às alturas celestes, nossa esperança multiplica-se infindamente, pois vemos cumprir-se o que o Apóstolo dos Gentios nos alenta: “Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda” (1Cor 15, 22-23). Portanto, nossa esperança multiplica-se porque tendo a absoluta certeza que Jesus, as primícias da nossa ressurreição e imortalidade, nos abriu o véu da sua glória, a nós que acreditamos (“por ocasião da sua vinda”), ao mesmo tempo contemplamos muitos que, tal como nós, creram no Cristo e, por isso, já participam dos júbilos do prêmio eterno. Desta forma, crer na glorificação de Maria é vislumbrar a mesma glória de Cristo, da qual comungaremos junto com ela. A Virgem nos antecede nos céus! A glória que ela possui, graças aos méritos de seu Filho, a teremos também, pelo mesmo merecimento.
A Virgem Maria foi elevada ao Céu em corpo e alma! A morte não poderia corromper o corpo daquela que nunca foi corrompida pelo pecado. O sono da morte não poderia abater aquela que trouxe o Sol Brilhante da Justiça, Jesus Cristo Senhor Nosso, cujos raios despertam a humanidade do torpor dos vícios e da miséria de sua condição. A Virgem Maria Assunta ao Céus rumou para a Pátria dos Eleitos, a fim de ocupar o seu lugar honroso na Corte Celestial, junto do seu Filho Bem-Amado; aquela que trouxe no seio virginal O que veio do Céu é conduzida pelos anjos ao mesmo Céu, para ser acolhida por Quem antes acolhera.
Maria é bem-aventurada porque creu. Inseriu perfeitamente em sua vida a fé que possuía. Parafraseando o Bispo de Hipona, Maria, antes de conceber Deus em seu ventre virginal, Ela já O tinha concebido em seu virginal coração. E, como prêmio, recebeu a “coroa imarcescível da Glória” (1Pd 5,4). Tendo-a como modelo de fé, creiamos! E, porque cremos, o Justo Juiz também nos concederá a coroa da imortalidade, a habitação da Pátria Celeste, “a Jerusalém do Alto” (Gl 4,26), a qual já a experimentamos desde agora na Igreja peregrina e triunfante, nossa Mãe! Assim como o Cristo ergueu Maria do sepulcro e tomou-a para si, nós seremos igualmente erguidos e elevados para o festim do Noivo! Enquanto este dia não nos vem, elevemos continuamente o nosso crédulo coração a Deus; Ele o acolherá. Não porque merecemos, mas pela virtude do Seu amor que é eterno. E quando nos vir tão majestoso dia, poderemos ter a certeza de que estaremos, tal como a Senhora do Céu, reinando com Cristo nos séculos sem fim, resplandecentes de glória e beleza.
Com Maria, deixemo-nos ser elevados! Por ora, de coração; um dia, de fato. Elevemo-nos! Elevemo-nos e contemplaremos Deus; a glória que Ele, em Sua infinda bondade, nos reservou. Glória que nos faz reinar com Ele! Glória da imortalidade!