ARACAJU/SE, 23 de abril de 2024 , 16:43:49

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Mentiras, desencontros e pandemia

O Brasil após tantos desencontros entre as autoridades que deveriam cuidar da saúde do povo brasileiro, de negações sobre a gravidade da COVID-19, de mau exemplo através de comportamentos inadequados e contrários às determinações das autoridades sanitárias e administrativas incentivando seguidores fanáticos e ignorantes a se comportarem da mesma forma, além de induzir que as pessoas mais simples também tivessem um comportamento perigoso, e que certamente levou muita gente aos hospitais e as UTI’s, chegou a vacina.

A vacina chegou e com dificuldades, porque a sua aquisição e produção enfrentou do governo federal uma resistência inoportuna e inconsequente, transvestida de matriz ideológica, quando o foco deveria ser a integridade física e a saúde dos brasileiros.

Os equívocos de uma política externa de um governo isolacionista e incapaz de compreender o mundo pela ótica da realidade está comprometendo o planejamento da vacinação, porque os insumos e vacinas terão que vir de nações que foram tratadas com desrespeito e antidiplomacia. Esse comportamento bárbaro que contrasta com o tempo de solidariedade que deve presidir as relações entre os povos e as nações dificulta as relações comerciais, culturais e científicas. Estamos voltando à barbárie e apagando séculos da excelente diplomacia brasileira desde o Império.

Sem contar com as mentiras espalhadas pelas redes sociais pelas próprias autoridades que depois de constatadas passam a negar de forma vergonhosa o que disseram e está gravado para sempre, porque uma das coisas que as redes sociais não perdoam é se esconder da estultice praticada.

Sente-se falta de uma atuação contundente da Associação Médica Brasileira, do Conselho Federal de Medicina e de outros órgãos e entidades médicas do Brasil diante da falsa propaganda de “tratamento precoce” e do uso de medicação que o mundo inteiro, por meio dos centros mais avançados de pesquisa, já dissera que não tem nenhuma eficácia para prevenir ou mesmo tratar da COVID-19.

Não dá para combater uma pandemia que já matou mais de 210 mil brasileiros e mais de 2 milhões de pessoas no mundo, com mentiras, desencontros e falta de diálogo com outros países.

Falta maturidade e competência na administração da saúde e do país. Parece mesmo que nunca saímos de uma campanha eleitoral onde a guerra dos extremos, o ódio contra quem pensa diferente, a misogenia, a homofobia e o racismo são os elementos mais evidentes.

A saúde é um direito de todos garantidos na Constituição Federal de 1988 e responsabilidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, todos devem promover os meios para garantir a todos os brasileiros esse direito que está ligado ao direito à vida, que hoje se vê mitigado por quem tem o dever de respeitar e de prestar a obrigação.