ARACAJU/SE, 19 de abril de 2024 , 0:28:50

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Pandemia prejudica mercado de trabalho em Sergipe, mas segundo semestre é de recuperação

Os números finais da evolução do emprego do ano de 2020 foram divulgados pelo Ministério da Economia na quinta-feira (28). De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o mês de dezembro do ano passado apresentou elevação de +707 contratações de trabalhadores. Contudo, Sergipe retraiu seu resultado de emprego no ano, com recuo de -4.475 empregos com carteira assinada. Em percentual, o mercado de trabalho encolheu -1,57% no ano.

Sergipe teve seis meses de crescimento e seis meses de queda na ocupação de postos de trabalho com carteira assinada. Em janeiro o ano começou com um pequeno crescimento no emprego, com +174 vagas, seguido de seis meses com baixas consideráveis no número de trabalhadores. Entre fevereiro e julho, o estado perdeu -15.664 empregos formais. Apresentando recuperação em agosto, quando o saldo iniciou crescimento até dezembro, somando +11.015 empregos recuperados. Subtraindo as demissões das contratações, chegou-se ao saldo final anual de -4.475 trabalhadores. O encolhimento do mercado de trabalho em Sergipe é facilmente explicado porque as demissões foram decorrentes da crise provocada pela pandemia do coronavírus, que afetou seriamente o mercado local.

De fato, o ano de 2020 não foi bom para ninguém. A pandemia da COVID-19 abalou o mercado local, enfraqueceu a economia e desestruturou a questão do emprego no estado. As atividades econômicas tiveram que ser fechadas, o que prejudicou muitas empresas e os trabalhadores, por consequência. Tanto que, no momento inicial da pandemia, quando as empresas sofreram o impacto maior, entre março e maio, houve um grande volume de demissões. Muitas empresas fecharam as portas, sem conseguir se sustentar e outras tiveram que fazer sacrifícios para se manter em condições de funcionamento. As atividades essenciais não sofreram fortemente com esse impacto, mas a grande maioria teve muitos problemas. Daí que deu nesse resultado desagradável. Entretanto, com a reabertura das atividades econômicas, o mercado de trabalho do estado apresentou uma recuperação considerável dos empregos que foram perdidos. Quando as lojas e empresas do setor de serviços voltaram a funcionar, houve um processo de recomposição do contingente de trabalhadores no estado.

De agosto em diante, o comportamento da evolução do emprego foi completamente inverso ao que estava acontecendo. A pandemia passou pelo seu pico em julho e com a redução de casos e mortes, além da adoção de medidas protetivas para as pessoas por parte das empresas do comércio, os postos de trabalho começaram a reaparecer. A economia voltou a entrar em processo de retomada e com o aumento das vendas das lojas, o aumento da receita circulante nos negócios, também houve a recuperação dos empregos perdidos. 71% dos empregos perdidos na pandemia foram recuperados entre agosto e dezembro. Ainda não é o ideal, mas o mercado está se comportando bem no que concerne ao crescimento de empregos, neste momento. Foi um ano ruim no início e meio, mas com bons resultados no final.

O Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego (BEm) evitou que 178.971 trabalhadores perdessem seus empregos em Sergipe. O número é o resultado de acordos de redução de jornada de trabalho ou suspensão de contratos que foram realizados no período de abril a dezembro, quando houve sua validade. Indicativo que se a medida não existisse, o mercado de trabalho sergipano poderia ter sofrido um impacto muito maior, pois a grande maioria dos acordos foram feitos no período em que as atividades econômicas estavam com o funcionamento suspenso.