ARACAJU/SE, 25 de abril de 2024 , 4:09:03

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Hospital João Alves contesta acusações feitas pelo neurocirurgião Rilton Moraes

 

Por AJN1

 

O Hospital João Alves divulgou nota assinada por sua superintendente, Lícia Diniz, rebatendo as acusações feitas pelo neurocirurgião Rilton Moraes, sobre a falta de medicamentos, ferramentas e estrutura no hospital. Rilton, que trabalha no hospital há dez anos, mostrou sua indignação numa rede social no último dia 16, após finalizar a cirurgia de uma criança de apenas 1 ano de idade. Segundo o médico, os exames solicitados antes do procedimento cirúrgico também não foram realizados e não havia vaga na U.T.I para o pós-operatório.  Confira a nota divulgada:

 

Nota Pública 

 

“Relatamos para fins periciais que a criança V.S.F., 01 ano, foi admitida no Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) no dia 12/06/2015, às 00h36, transferida do Hospital Santa Izabel com rebaixamento do nível de consciência, muito sonolento, pupilas isocóricas e fotorreagentes, fontanela pequena e plana sem sinais de trauma.

 

Ela foi avaliada pelos pediatras e pelo Dr. Marcelo Barbosa, neurocirurgião. Tomografia mostrando hematoma temporal e hemorragia subaracnóide na cisterna Silvana, com drenagem para ventrículo lateral E. Teve diagnóstico de má formação artério-venosa e acidente vascular cerebral. Neste dia, foi submetido à craniotomia para drenagem de hematoma têmporo-perietal D, sem intercorrência, por Dr. Marcos Paulo, neurocirurgião.

 

Foi levado no pós–operatório para a área vermelha pediátrica. Teve boa evolução pós-cirúrgica até o dia 15/06/2015 quando fez uma convulsão focal. Evoluiu bem após este episódio e no dia 29/06/2015 fez a Ressonância Magnética, apresentando febre e tosse.

 

No dia 10/07/2015 foi tentado Angiografia Cerebral, mas foi suspenso o exame em decorrência do quadro respiratório da criança que apresentava tosse produtiva o que contraindicava o exame. Foi solicitada então uma Angiorressonância por suspeita de aneurisma visto à Ressonância Magnética.

 

A criança evoluiu bem melhorando da insuficiência respiratória até o dia 16/07/2015, às 11hs, quando teve quatro episódios de vômitos. Ao exame ele estava sonolento, desidratado, afebril, descorado. Recebeu primeira expansão com melhora da perfusão e da frequência cardíaca. Foi solicitada, então, uma tomografia de urgência.

 

O paciente foi intubado e levado para fazer o exame por Dr. Garcia, anestesiologista pediátrico, sendo levado à área vermelha pediátrica após exame e aguardando neurocirurgião pediátrico, às 14h20. Ele foi levado ao Centro cirúrgico por Dr. Rilton Morais, que relatou o episódio às 20h15 do dia 16/07/2015, após tratamento cirúrgico de lesão vascular parietal distal, grande hematoma parietal e, com extensão para a fissura Silviana e ventrículo lateral E, com desvio de linha média de 0,8 cm. A lesão foi ressecada e o hematoma drenado. O médico relatou grande dificuldade no procedimento por falta de material adequado e falta de insumos. A criança retornou no pós-operatório para a área vermelha pediátrica e teve boa evolução.

 

No dia 19/07/2015 já estava na área amarela em franco restabelecimento, já conseguindo mamar na mãe e no dia 20/07/2015 foi para a enfermaria em bom estado geral.O HUSE possui os materiais e medicamentos necessários para todos os procedimentos das especialidades e pontualmente pode faltar um ou outro item que será substituído. As cirurgias de urgências são mais problemáticas por causa de insumos específicos e, muitas vezes, consignados e necessitam de tempo para aquisição após mobilização dos representantes.

 

Mesmo com as dificuldades, a cirurgia foi feita e a criança se encontra bem e em recuperação.Muitas vezes não temos os equipamentos melhores do mercado, mas todos operam e têm excelentes resultados. Estamos sempre à procura do melhor para nossos pacientes e funcionários, mas esbarramos na falta de subsídios que é por todosconhecido. As faltas que temos aqui ocorrem em todos os hospitais, inclusive da rede privada, sendo substituídos.

 

O HUSE é o único hospital do Estado em urgência e emergência, e alta  complexidade, fim da linha de muitos usuários e vem dando respostas satisfatórias a todas as demandas, conseguindo demonstrar alta resolutividade”.

 

Aracaju,  20 de julho de 2015

Lycia Maria Diniz Mendonça Alves
Superintendente /HUSE

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