ARACAJU/SE, 26 de abril de 2024 , 0:30:20

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Na Escola de Maria, aprendemos as suas esperança e caridade

Em nosso último escrito, tratávamos da fé doada por Deus ao coração de Maria, e como ela a desenvolveu em todos os momentos de sua terrena existência. Passemos agora à esperança nutrida pela Virgem Maria, a esperança pela qual Nossa Senhora tendia a possuir Deus que Ela ainda não via.
Indubitavelmente, Maria foi a “Mulher da esperança”. Esta esperança perfeita, ela a exerceu em vários momentos: quando, em sua juventude, teve o ardente desejo da vinda do Messias; quando O pedia para a salvação dos povos; em seguida, quando esperava que o segredo da concepção virginal do Salvador fosse manifestado a José, seu esposo; quando Ela precisou fugir para o Egito; mais tarde, no Calvário, quando tudo parecia perdido e Ela esperava a completa e próxima vitória do Cristo sobre a morte, como Ele mesmo o havia anunciado. Sua confiança sustenta a dos Apóstolos no meio de suas lutas incessantes pela difusão do Evangelho e conversão do mundo pagão. A certeza da esperança era tanto maior em Maria, quanto era Ela confirmada em graça e preservada de todo pecado. Entretanto, não ousemos em pensar que os momentos de esperança na vida da Virgem eram estanques e pontuais. Não. Antes, eram vívidos na constância.
Maria também é a ‘Mestra do Amor’. Sua caridade, seu amor a Deus por Ele mesmo, e pelas almas em Deus, supera, desde o seu início, a caridade final de todos os Santos reunidos, pois era do mesmo grau que sua plenitude de graças, e Santíssima Senhora estava sempre mais intimamente unida ao Pai, como sua filha predileta; ao Filho, como sua Mãe Virgem, estreitamente associada à sua missão redentora; ao Espírito Santo por um casamento espiritual que gera o Filho de Deus. Ela era, num grau que não podemos entrever, o templo vivo da Santíssima Trindade. Deus a amava mais que todas as outras criaturas juntas, e Ela correspondia perfeitamente a este amor, depois de se ter consagrado plenamente a Ele desde o primeiro instante de sua concepção, e vivendo sempre na mais completa sujeição à vontade divina. Nenhuma paixão desordenada, nenhuma vã inquietude, nenhuma distração retardavam o ímpeto de seu amor por Deus, e seu zelo pela regeneração das almas era proporcionado a este mesmo ímpeto. Ela se oferecia incessantemente a Deus pela nossa salvação. Assim, a Igreja lhe aplica estas palavras do Eclesiástico: “Eu sou a Mãe do puro amor, do temor de Deus, da sabedoria e da santa esperança, em mim se acha toda a graça do caminho e da verdade, em mim toda a esperança da vida e da virtude” (24,24.17).
São Josemaría Escrivá, em uma de suas homilias, dizia, conclamando os seus fiéis à ‘escola’ de Maria: “Imitar, em primeiro lugar, o seu amor. A caridade não se limita a sentimentos: há de estar presente nas palavras e, sobretudo, nas obras. A Virgem não só disse fiat, mas também cumpriu essa decisão firme e irrevogável a todo momento. Assim, também nós, quando o amor de Deus nos ferir e soubermos o que Ele quer, devemos comprometer-nos a ser fiéis, leais, mas a sê-lo efetivamente” (In: Cristo que Passa, 173).
Que sejamos disponíveis para, vislumbrando admiravelmente as virtudes de Maria, possamos adentrar em sua ‘escola’. Que ela seja a nossa Mestra nas virtudes! Para que, também nós, sejamos recompensados com a feliz bem-aventurança: “Santa Maria, Mãe de Deus, vós destes ao mundo a luz verdadeira, Jesus, vosso Filho – Filho de Deus. Entregastes-vos completamente ao chamamento de Deus e assim vos tornastes fonte da bondade que brota d’Ele. Mostrai-nos Jesus. Guiai-nos para Ele. Ensinai-nos a conhecê-Lo e a amá-Lo, para podermos também nós tornar-nos capazes de verdadeiro amor e de ser fontes de água viva no meio de um mundo sequioso” (Bento XVI. In: Deus Caritas Est, 42). Amém.