Dia desses me deparei, mais uma vez, em uma das piores sagas da urbanidade moderna nas ruas da nossa linda cidade apedrejada: trocar o pneu do carro. Ah, que maravilha de momento! Não bastassem os incômodos naturais da ação, sobram os medos de assalto, assombrações, loira do algodão…
E o pior dessa odisseia desvairada é que a motivação da fuga do ar dos pneumáticos ser sempre a mesma: a arquitetura de queijo da lua do Supermouse impregnada nas ruas. Raras são as vias que não apresentam buracos, crateras e até câniones (se ligue nesse plural)! Raras mesmo!
Perdi as contas de quantas vezes visitei oficinas mecânicas e borracharias da cidade. Acho que virei brother dos borracheiros. Aproveito e mando um abraço pra Ceará, borracheiro que me socorreu em hora imprópria e fora do expediente, porque perdi dois pneus de uma única vez. Ceará mora perto da avenida Adélia Franco.
A necessidade gerada pelas intempéries dos buracos me transformou em expert de manutenção de suspensão automotiva. Da junta homocinética (popular tripode) à bucha da balança, conheço toda a engenharia que precisa ser revista para aguentar os trancos das ruas de buracaju.
Ainda bem que consigo transformar coisas ruins, negativas, podres, terríveis em coisa boa. Quem diria que estresses provocados por buracos em ruas e avenidas de Aracaju poderiam se transformar neste texto bacana? Ou eu sou um gênio ou inveterado literato ou um cara muito puto a fim de protestar! Meus leitores me definam!
Só faltava ter escrito essas linhas sentado no vaso sanitário….
